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Especialista dá dicas para prevenção de câncer colorretal

O Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino, foi celebrado no dia 27 de março. Considerado um dos tipos mais recorrentes da doença está o câncer colorretal, o terceiro tipo mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres.

O médico especializado em Oncologia Clínica pelo Instituto ribeiraopretano de Combate ao Câncer e professor de Oncologia Clínica do IDOMED, Danilo Christiano Zoboli, explica que o câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso e pode atingir homens e mulheres, geralmente por volta dos 50 anos de idade. Normalmente, ele se desenvolve de forma lenta. Se descoberto em estágio inicial, tem altas chances de cura.

“Quase todos os tipos de câncer do intestino grosso e do reto são adenocarcinomas – tumor maligno que pode atingir quase todos os órgãos do corpo, como os pulmões, intestinos, pâncreas, fígado, colo do útero, dentre outros. Geralmente tem início na forma de uma massa com formato de botão na superfície do revestimento intestinal ou retal, chamada pólipo. À medida que se desenvolve, ele avança sobre a parede do intestino e os gânglios linfáticos mais próximos podem também ser invadidos”, explica.

Segundo Zoboli, ainda não se sabe exatamente as causas do câncer de cólon e de reto, mas alguns fatores de risco influenciam o desenvolvimento, tais como:

Alimentação: dietas ricas em carnes vermelhas, carnes processadas e carnes expostas ao calor intenso, como nos churrascos, encabeçam a lista dos fatores de risco, seguidas por uma dieta pobre em fibras (frutas, legumes e verduras);

Sedentarismo: a prática regular de exercícios físicos também ajuda a combater a obesidade, que é outro fator de risco para este tipo de câncer.
Fumo: é um fator de risco sério também para este tipo de câncer.

Álcool: sozinho, o consumo de bebidas alcoólicas já é um fator de risco importante, particularmente entre os chamados bebedores pesados. Combinado com o fumo, o risco se multiplica.

Constipação intestinal – o contato das fezes com as paredes do cólon e do reto por períodos prolongados aumenta as chances de desenvolver a doença.

Pólipos – são um tipo de crescimento anormal de tecido nas paredes colorretais, como se fossem verrugas. Costumam aparecer após os 50 anos de idade e, apesar de benignos, deveriam ser
retirados por precaução, pois um grande número de tumores se desenvolve a partir desses pólipos. Pessoas com essa condição devem fazer acompanhamento regular com o médico.

Histórico familiar – apesar da maioria dos casos de câncer colorretal ocorrer sem histórico familiar, 30% das pessoas que desenvolvem têm outros familiares que foram acometidos pela doença. Pessoas com histórico de câncer ou pólipos em parentes de primeiro grau têm risco aumentado.

Doenças inflamatórias – pessoas com doença de Crohn e colite ulcerativa, por causa da inflamação nas paredes colorretais, têm mais risco de desenvolver o câncer. Deve ser feito acompanhamento regular com o médico.

Doenças hereditárias – correspondem a apenas 5% dos casos de câncer colorretal. São pessoas que herdaram mutações genéticas que causam a doença. As mais comuns são: síndrome de Lynch e Polipose Adenomatosa Familiar. Outras, mais raras, são: síndrome de Gardner, síndrome de Turcot, síndrome de Peutz-Jeghers e polipose MUTYH. Pessoas com alguma dessas condições devem fazer acompanhamento regular com o médico.

As formas mais eficazes de prevenir o câncer colorretal passam pela mudança de hábitos, buscando colocá-los em prática no dia a dia. “O papel da educação médica nas unidades básicas de saúde é primordial para levar as informações corretas aos seus pacientes, investigar precocemente caso encontre algum sintoma especifico e também na formação de companhas temáticas sobre o assunto câncer de colón. É de suma importância realizarmos exames periódicos seguindo os protocolos de saúde. O maior como exemplo é o exame de colonoscopia”, ressalta.

O câncer de cólon não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas, à medida que progride, pode causar sangramentos e obstruções intestinais. Os mais comuns são a presença de sangue nas fezes; desconforto abdominal persistente, como cólicas, gases ou dor; dores ao evacuar; diarreia ou prisão de ventre que não passam; sensação de empachamento; mudanças no apetite; perda de peso inexplicável; fezes pastosas de cor escura; fezes afiladas (em fita); sangramento retal, sensação de que o seu intestino não esvazia completamente; fraqueza ou fadiga; náuseas e vômitos; sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar e presença de massa abdominal.