Pular para o conteúdo

Crowdfunding: como pôr a startup dos sonhos para funcionar

Modalidade de investimento está em alta no país e deve alcançar R$ 300 milhões neste ano

Os investimentos em startups por meio de equity crowdfunding estão em alta no Brasil. Levantamento realizado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) identificou que, em 2021, houve a movimentação de R$ 204 milhões com a modalidade. O valor é mais que o dobro (104%) verificado em 2020, quando a cifra foi de R$ 84,4 milhões. Para este ano, a estimativa do mercado é alcançar a marca de R$ 300 milhões.

Realizado em plataformas on-line, o equity crowdfunding é um tipo de financiamento coletivo para a captação de recursos. Diante da projeção de crescimento, empresários e investidores devem ter atenção ao funcionamento da modalidade a fim de identificar as oportunidades de negócio.

Para as empresas, o equity crowdfunding representa a possibilidade de desenvolvimento dos projetos. Já para os investidores, significa a participação nos negócios e, portanto, a chance de um retorno financeiro maior em comparação com outros investimentos.

No Brasil, a modalidade é registrada pela CVM desde 2017. A Associação Brasileira de Crowdfunding de Investimento (Crowdinvest), responsável pela representação do setor, orienta que a captação de recursos seja realizada dentro das regras estabelecidas pelo órgão regulador. Para isso, é necessário conferir se a plataforma que promove o equity crowdfunding está autorizada pela CVM a operar dentro dos parâmetros estabelecidos pela Instrução nº 588/17.

Oportunidade de  expansão

Embora os investimentos estejam aumentando nos últimos anos, ainda há muito espaço para o equity crowdfunding crescer. De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em 2021, 64,8% das empresas de base tecnológica do país nunca receberam nenhum tipo de investimento.

Entre aquelas que conseguiram recursos externos, a forma de captação mais usada foi o investidor-anjo (41,4%), modalidade em que apenas uma pessoa física ou jurídica investe o próprio capital numa empresa.

Os dados da Abstartups revelam o potencial para a expansão de outras formas de investimento, como o equity crowdfunding, uma vez que 70,7% das startups ouvidas pela pesquisa afirmaram que estão em busca de recursos.

Como ter sucesso na captação

O especialista na relação empreendedor-investidor João Kepler explica que, diferentemente do modelo tradicional — em que se busca um investidor-anjo —, o equity crowdfunding permite criar uma campanha para a venda de títulos da startup a vários investidores. Segundo ele, alguns fatores contribuem para o sucesso ou não da captação.

A primeira orientação do especialista é avaliar se a empresa realmente está no momento de expandir e necessita de investimentos. Caso a resposta seja sim, ela deve estar organizada e estruturada para atrair investidores, o que significa pagar os impostos e colocar a contabilidade em dia.

Outra dica de Kepler para a campanha de atração ser bem-sucedida é usar as ferramentas de comunicação de forma estratégica. Ele destaca ser importante apresentar a empresa aos potenciais investidores.

A escolha da plataforma para a realização do equity crowdfunding é outro aspecto determinante para o sucesso da campanha. Nesse sentido, é preciso realizar uma pesquisa prévia e se certificar de que a plataforma escolhida seja autorizada pela CVM.