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PSICOTERAPIA: 4 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE COMEÇAR A SUA

Felizmente, procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra tem se tornado cada vez menos tabu. Muito pelo maior acesso à informação e também pela necessidade, sendo que em 2019, 9,3% dos brasileiros foram identificados com transtorno de ansiedade, enquanto 5,8% com depressão, conforme a Organização Mundial de Saúde.

A busca que já vinha aumentando gradualmente pelo auxílio psicológico, ganhou um “boom” durante a pandemia. O GetNinjas, maior aplicativo para contratação de serviços da América Latina, registrou um aumento de 49% na busca por atendimentos psicológicos desde março. Enquanto o Conselho Federal de Psicologia recebeu mais de 50 mil novos pedidos de psicólogos para trabalho na modalidade virtual.

A pandemia mundial, a instabilidade financeira, a preocupação com a saúde, o isolamento social são estímulos de sofrimento mental e que, para muitos, foram a gota d’água para a busca ajuda. Porém, por onde começar? Como encontrar um bom profissional? Como saber se é confiável? Existem vários tipos de terapia? Como saber qual a melhor?

Para não deixar que essas dúvidas se tornem impedimento para a busca pelo autocuidado, a professora de Psicologia da Estácio, Márcia Semensato, esclarece 4 pontos que vão auxiliar na busca por um bom profissional. Confira abaixo:

  • Terapeuta não é o mesmo que Psicoterapeuta: Primeiro, porque “terapeuta” é um termo partilhado por diferentes áreas que compartilham o fato de exercerem uma prática terapêutica, mas que podem ser áreas diferenciadas, como por exemplo, psicoterapia e fisioterapia. Já, um “psicoterapeuta” deve ser um profissional da Psicologia, devidamente graduado e habilitado na prática da profissão, que exerce uma terapêutica reconhecida e regulada, por exemplo, pelo Conselho de Psicologia (CRP).
  • Certifique-se que o profissional é regulamentado: Uma dica norteadora para buscar um profissional de qualidade é pesquisar se o mesmo se encontra regulamentado e integra ativamente o quadro de profissionais do Conselho Regional de Psicologia. Também é possível consultar clínicas, associações e instituições. Basta pesquisar pelo nome em https://www.crprs.org.br/inscricoes-e-anuidades/lista-de-psicologas-os-ativas-os.

  • Não se preocupe, você não precisa entender todas as abordagens: A psicoterapia, de fato, são “as psicoterapias”. Temos diferentes abordagens na área. Como exemplo, a humanista, a psicanálise, cognitivo-comportamental, a neuropsicologia, mas há outras abordagens e dentro dessas ainda há outros desdobramentos que têm focos mais específicos. Em geral há diferenças no foco principal da abordagem e, consequentemente, na técnica. Se você quiser, pode buscar mais informações e conhecer a fundo cada uma, mas não precisa. Considerando que você escolha um psicoterapeuta que atue de forma ética e regulamentada, em sua avaliação inicial o próprio profissional irá perceber suas necessidades específicas e lhe indicar a abordagem técnica mais adequada.
  • Se não deu certo, não desista: Várias pesquisas na área da Psicologia Clínica indicam que a qualidade da relação que se estabelece entre terapeuta e seu cliente é um índice muito forte de sucesso terapêutico. Ou seja, você precisa criar um vínculo com seu terapeuta para que o tratamento seja efetivo. Mas você pode não conseguir criar vínculo com uma ou algumas pessoas, e tudo bem, isso é natural, faz parte das relações humanas. Mas se você não se “encaixou” com um profissional, busque outro. Temos um grande número de psicólogos competentes, com abordagens e técnicas diferentes. Não desista da sua saúde mental!

Entre todos os pontos abordados, existe um aspecto que é essencial e comum a eles: a certificação da qualificação do profissional. Ao optar por um psicólogo regulamentado, o cliente terá sempre maior segurança quanto a um comportamento ético em todos os momentos, inclusive na indicação de outra abordagem ou terapeuta.

“É um dever ético e profissional do psicoterapeuta realizar esta avaliação com quem lhe procura e auxiliar inclusive neste sentido”, comenta Márcia.

“Quando estudamos e nos preparamos para a profissão, não aprendemos apenas técnicas, mas criamos um compromisso com um comportamento ético, e isso é fundamental para um trabalho sério e confiável, desenvolvido com base em padrões normativos regulamentados. Por isso, é muito importante termos esse critério na hora da escolha”, finaliza.