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Trabalho: como evitar lesões por movimentos repetitivos? Conheça mais sobre o assunto em seis tópicos

Divulgação

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016, foram notificados mais de 67 mil casos de lesões geradas por movimentos repetitivos, que representam um crescimento de 184%. O aumento acende um alerta importante tanto para colaboradores quanto para contratantes.

A norma técnica nº 606/1998 conceitua “as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos”.

Apesar de ainda ser comum o termo LER (Lesões por Esforços Repetitivos), ele foi substituído por DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) em 1998, por ser mais adequado. “Isto porque no termo LER, se caracterizava que sempre haveria a repetição para haver a lesão. E elas podem ocorrer mesmo em outras situações como, por exemplo, o carregamento de um peso em uma postura inadequada”, explica Márcia Berlanga Equi Godoy, professora de fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina. ”Desse modo, não é necessário que o movimento seja repetido várias vezes para se determinar a lesão ou distúrbio”.

Veja abaixo seis informações indispensáveis para que você entenda mais sobre o tema e possa se prevenir:

Causas e fatores de risco 

As causas para DORT podem ser muitas, como o uso de instrumentos de trabalho ou postura inadequados, movimentos repetitivos, ritmo intenso de trabalho, pressão explícita ou implícita para manter o ritmo de produtividade ou ainda incentivos a maior eficiência. “As causas são divididas em três categorias principais: biomecânicas, como quando um instrumento de trabalho não se adequa ao tamanho da mão do trabalhador, por exemplo; de ordem de organização do trabalho, como tarefas monótonas; e psicossociais, como uma grande cobrança por produtividade”, esclarece a professora.

Atenção no escritório 

O escritório é um ambiente que pode proporcionar esse tipo de lesão, especialmente por envolver atividades no computador e/ou algumas posturas inadequadas devido ao mobiliário. “Estações de trabalho, muitas vezes, não são ergonomicamente adequadas, o que pode causar lesões musculares. O mesmo acontece pela ausência de pausas e ritmo intenso de trabalho”, comenta Márcia.

Lesões mais comuns 

Entre os traumas mais comuns estão a tendinite em ombros cotovelo e punho, cervicalgia, lombalgia, dedo de gatilho, bursites, entre outras. “A tendinite é uma inflamação em um tendão caracterizada por dor e inchaço na região. A cervicalgia é o nome dado à dor ou rigidez no pescoço, enquanto a lombalgia é a dor na região lombar. A bursite é a inflamação das bursas, que são espaços localizados entre ossos músculos e tendões”, esclarece a docente.

Sintomas 

Os sintomas decorrentes de DORTs mais comuns são dor, formigamento, perda de sensibilidade e força muscular. “Os indícios podem ser divididos em quatro fases que vão se agravando. Elas normalmente começam com uma sensação de desconforto, evoluem para dor persistente e intensa, seguida de dor forte e irradiação até, finalmente, a dor aguda e contínua”, completa.

Tratamentos 

Em caso de suspeita, o indivíduo deve procurar atendimento médico para o diagnóstico precoce e, possivelmente, encaminhamento para fisioterapia para realizar o tratamento. “A terapia, na maioria dos casos, envolve medicação anti-inflamatória e analgésica, além do tratamento fisioterapêutico que envolve eletroterapia e cinesioterapia”, explica a professora.

Além disto, pode ser necessário repouso e avaliação, ou ainda intervenções ergonômicas no posto de trabalho, para que o colaborador não volte a ter os mesmos problemas ao voltar a sua atividade laboral. “Em algumas situações, precisamos de uma intervenção multiprofissional com apoio de terapeutas ocupacionais e psicólogos para uma total recuperação do trabalhador”, completa.

Prevenção 

A prevenção está na busca por ergonomia no posto de trabalho e na realização das atividades, com atenção à postura, prevenindo lesões e evitando posturas forçadas durante o trabalho – além de pausas nas tarefas, respeitando o ritmo humano de trabalho. “Algumas estratégias têm se mostrado muito eficientes, como rodízios nas tarefas, evitando a monotonia das atividades, ginástica laboral e pausas para alongamentos musculares. A atividade física também previne a DORT por manter a musculatura com alongamento e força mais adequadas à situação do trabalho”, explica Márcia.

“O importante é, além da prevenção, o diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. Não pense que um sintoma que passa com o repouso, mas volta sempre, não deve ser valorizado. Quanto antes diagnosticado e tratado, mais rápida a resolução do problema e mais definitivo”, finaliza a professora.
Sobre a Faculdade Santa Marcelina

A Faculdade Santa Marcelina é uma instituição mantida pela Associação Santa Marcelina – ASM, fundada em 1º de janeiro de 1915 como entidade filantrópica. Desde o início, os princípios de orientação, formação e educação da juventude foram os alicerces do trabalho das Irmãs Marcelinas. Em São Paulo, as unidades de ensino superior iniciaram seus trabalhos nos bairros de Perdizes, em 1929, e Itaquera, em 1999. Para os estudantes é oferecida toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento intelectual e social, formando profissionais em cursos de Graduação e Pós-Graduação (Lato Sensu). Na unidade Perdizes os cursos oferecidos são: Música, Licenciatura em Música, Artes Visuais, Licenciatura em Artes Plásticas e Moda. Já na unidade Itaquera são oferecidas graduações em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Estética e Cosmética.