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Vivemos um coletivo de transtornos de personalidade dramática, diz neurocientista

Dr. Fabiano de Abreu Agrela analisa comportamento da sociedade brasileira

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo devido a diferentes fatores como violência urbana, preocupações políticas e econômicas, dados recentes também colocam o país como o maior consumidor de telemóvel do mundo. Nesse contexto, o PhD em neurociências, biólogo e antropólogo, professor e investigador na Universidad Santander do México, o luso-brasileiro Dr. Fabiano de Abreu Agrela, acredita que existam sintomas perceptíveis na sociedade de modo coletivo que caracteriza um transtorno geral. “O Brasil é também o segundo maior consumidor de internet do mundo, fato que também tem relação com a ansiedade e a cultura, trazendo assim, danos mentais derivados de transtornos dramáticos aparentes”, explica.

O cientista português que é membro ativo da Redilat, rede de investigadores latinoamericanos e membro da SFN, Society for Neuroscience dos Estados Unidos, teve seu estudo aprovado pelo comitê científico da Revista Multidisciplinar Ciencia Latina e publicado com o título: ‘Circuit of incoherence: brazilian society suffers from disruption of dramatic personalities’.

De acordo com ele, há um coletivo de transtornos de personalidades dramáticas a acontecer e os sintomas mais evidentes são de comportamentos incoerentes, vitimismo, ego inflado, falta de percepção aparente, imaturidade e traços de compulsividade. “A personalidade pode ser conceituada de forma sucinta com as características individuais que pertencem a um padrão contínuo das emoções, comportamentos e pensamentos”, pontua.

Estima-se que entre 9 e 15% dos adultos apresentem ao menos um transtorno de personalidade, outros estudos apontam que 4 e 12% das pessoas apresentam um diagnóstico dessas psicopatologias. Dados internacionais também sugerem que esses transtornos se fazem mais presentes em áreas urbanas e em indivíduos que estão em contato constante com os serviços de saúde. “O ciclo ansiedade-negatividade-recompensa positiva, torna-se intermitente e quando fora de homeostase, causa um desequilíbrio que afeta a rede de conexões do sistema límbico, núcleos da base, com córtex pré-frontal”, esclarece.

O estudo do neurocientista concluiu que as dificuldades estruturais repercutem diretamente no funcionamento cerebral humano. Desse modo, o diagnóstico de transtornos requer atenção aos mínimos detalhes para definir um tratamento assertivo e efetivo. “É de extrema importância a eliminação dos comportamentos autodepreciativos e autodestrutivos, assim como a melhor compreensão do ‘eu’. Para tal, empenha-se a preservação individual e ampla dos aspectos biopsicossocial e espiritual”, pontua.

Publicação: https://ciencialatina.org/index.php/cienciala/article/view/1721

Sobre o Dr. Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.