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Mercado Pet: como a transformação digital influenciou no crescimento do setor

Por Mateus Magno

Um dos segmentos que mais evoluiu e se desenvolveu nos últimos anos foi o de produtos e soluções voltadas aos animais de estimação. De acordo com dados da Startup Scanner, ferramenta da Liga Ventures, rede de inovação aberta que conecta empresas e startups, que conta com o apoio estratégico da PwC Brasil, existem atualmente 166 pettechs no país, espalhadas por 52 cidades e focadas em áreas como biotechs, planos e clubes de assinatura, alimentação animal e e-commerce de produtos voltados aos animais.

Outros dados do Instituto Pet Brasil (IPB) mostram que de 2020 para 2021 houve crescimento de 3,6% no número de bichos de estimação, o que coloca o país como o sexto maior mercado do mundo neste segmento, com mais de 120 milhões de pets entre gatos, cachorros e aves. O levantamento ainda aponta que o setor expandiu 27% no ano passado, alcançando faturamento de R$ 51,7 bilhões.

Isso nos dá dimensão do tamanho desse mercado e da variedade de serviços oferecidos para os consumidores, que vão desde aqueles voltados à saúde dos animais, como remédios e planos de saúde, até os focados em lazer e segurança. E, com altos investimentos e grandes nomes como Itaú e FIR Capital de olho no setor, a expectativa é que ele continue a evoluir cada vez mais.

Mas é importante destacar que embora algumas dessas soluções já existissem antes da pandemia, a maior parte delas cresceu significativamente depois dela. Isso porque ocorreu um aumento considerável no número de adoções no período de isolamento, e consequentemente na procura por produtos voltados aos pets.

Porém, para que o segmento atingisse valores tão expressivos e se consolidasse com um dos principais setores da nossa economia, foi preciso que as empresas revisitassem seus modelos de negócio e investissem em inovação, apostando na transformação digital ao trazer novas ferramentas e tecnologia para dentro de casa.

Além disso, foi essencial que elas buscassem entender melhor como as novas gerações de consumo se relacionam com seus bichinhos para que pudessem oferecer produtos e soluções que atendessem verdadeiramente suas demandas, e tudo isso sem perder o fator humano que é muito valorizado pelos donos de pets.

Se antes o agendamento de banhos e a compra de ração, brinquedos, roupas e acessórios era feita principalmente nas lojas físicas, de 2020 para cá vimos os clientes se acostumando cada vez mais a fazer isso pela internet – e não há indícios de que esse cenário mudará tão cedo. Também surgiram plataformas focadas em conectar os donos de pets com prestadores de serviços como hospedagem, pet sitter, idas ao veterinário e passeios; aulas e consultorias online para adestramento, e coleiras fitness, que indicam como está a saúde dos bichinhos e disponibilizam as informações em aplicativos.

Mas engana-se quem pensa que as tecnologias vieram apenas para automatizar processos e ferramentas — elas permitiram também que pudéssemos ter um olhar mais humanizado para as questões animais e desenvolvêssemos e aprimorássemos os serviços focados no bem-estar dos pets.

Mateus Magno é CEO da Sambatech e Samba Digital