Os estudos sobre o incrível potencial dos produtos de Canabis estão apenas no início! O CBD, ou Canabidiol, tornou-se famoso por seu potencial terapêutico, mas ele é apenas um dos 140+ canabinoides presentes na planta.
Os canabinoides são extremamente nocivos e o uso incorreto é letal? MITO
O conceito de letalidade está relacionado à segurança de um composto. A segurança de alguns canabinoides e preparações, sobretudo as predominantes em CBD e THC, vem sendo amplamente investigadas. Embora não estejam livres de efeitos colaterais, o uso medicinal – ou mesmo o adulto – de diferentes quantidades desses dois componentes jamais esteve relacionada a qualquer óbito, diferente do que pode acontecer com outras classes medicamentosas como, por exemplo, opioides
O uso medicinal da Cannabis é legal no Brasil? VERDADE
O uso medicinal de produtos derivados da Cannabis é regulamentado no Brasil e existem várias formas de se ter acesso ao tratamento.
O primeiro passo foi dado em 2015 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), quando permitiu a importação por pessoa física de produtos regularizados em outros países mediante prescrição médica e autorização.
Em 2017, o medicamento de nome Mevatyl, composto por 27 mg/ml de THC (tetrahidrocanabinol) e 25 mg/ml de CBD (canabidiol), foi aprovado para comercialização nas farmácias do país, indicado para tratar os sintomas de pacientes adultos com Esclerose Múltipla que apresentam espasmos de moderados a graves.
No final de 2019, a Anvisa criou a categoria “produtos de Cannabis”, permitindo que empresas obtenham uma Autorização Sanitária para comercializar produtos com qualidade farmacêutica diretamente nas farmácias do país.
O cenário também conta com a presença de organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos interesses de milhares de pacientes e lutam pela democratização do acesso de diferentes formas.
É preciso fumar para obter os efeitos terapêuticos? MITO
Não é necessário fumar para obter os efeitos terapêuticos, embora essa também seja uma forma possível de se administrar um produto.
A forma de apresentação mais comum é a solução oral em veículo oleoso. Estes produtos são administrados através de conta gotas, seringas ou copos dosadores, semelhante a um xarope. Também é muito comum encontrar produtos em cápsulas (duras ou moles), pomadas e géis de uso tópico.
Mas as opções vão muito além, e mesmo o uso inalado é uma possibilidade de administração viável quando se busca o efeito terapêutico, preferencialmente utilizando-se de dispositivos que permitam a vaporização dos componentes ao invés da queima como acontece no cigarro.
Qualquer especialidade pode prescrever no Brasil. VERDADE
Médicos de diferentes especialidades estão aptos a prescrever derivados da Cannabis, basta que seu CRM esteja ativo. Dentistas também garantiram o direito de prescrição de produtos no modelo de importação por pessoa física, embora permaneça a limitação a apenas médicos para os produtos disponíveis em farmácias.
Não há evidências conclusivas dos benefícios terapêuticos da Cannabis? MITO
Este é um mito que pode ser verdade em alguns momentos. A evidência científica é mais robusta para determinadas composições e condições, como para o CBD na redução de convulsões em epilepsia, ou proporções semelhantes de CBD e THC para tratar a espasticidade em pacientes com Esclerose Múltipla. Para essas condições, sim, podemos dizer que existem evidências conclusivas, obtidas através de resultados significativos em estudos padrão ouro e aprovados por agências reguladoras criteriosas.
Todas as demais condições para as quais os produtos vêm sendo utilizados ainda não possuem evidências conclusivas. Muitas delas são suportadas por estudos menos robustos e evidências de mundo real, outras apenas por dados observacionais, relatos de caso ou ainda resultados pré-clínicos.
Os produtos podem apresentar reações adversas? VERDADE
Sim. Embora os canabinoides sejam considerados moléculas seguras, produtos de Cannabis podem apresentar efeitos adversos distintos e geralmente leves, que variam conforme o teor de cada um dos principais componentes mencionados anteriormente. O profissional médico deve orientar o paciente com relação às possíveis adversidades da escolha terapêutica para cada caso.
O paciente fica “chapado” quando faz o uso medicinal ? DEPENDE
Depende. Falar em uso medicinal da Cannabis é muito abrangente. Cada um dos diferentes canabinoides produzidos pela planta são aplicados e investigados em diferentes condições e sintomas. Se o produto recomendado tiver maiores níveis de THC, é possível que determinadas doses causem efeitos semelhantes aos observados durante o uso adulto. Por outro lado, com produtos predominantes em CBD, estes efeitos dificilmente serão observados, mesmo em altas doses.
É melhor administrar os produtos de Cannabis com alimentos? VERDADE
Sim. Para que você tenha uma melhor e mais rápida absorção dos canabinoides, o mais indicado é administrá-los com alimentos com “triglicerídeos de cadeia média”, encontrados em grandes quantidades nos óleos de coco e de palma.
Os produtos de Cannabis podem gerar dependência química? DEPENDE. Não há indícios de que o Canabidiol (CBD) possa causar dependência química. Por outro lado, embora também tenha efeitos terapêuticos, o uso constante de doses maiores de THC pode gerar dependência, sendo um dos motivos pelos quais ainda há mais restrições de prescrição para estes produtos.
Sobre a HempMeds® no Brasil
Subsidiária do Grupo Medical Marijuana Inc., a HempMeds foi a primeira empresa a fornecer produtos à base de Cannabis com fins medicinais no Brasil. Desde 2015, já colaborou com a importação de mais de 140 mil derivados da Cannabis para pacientes brasileiros, um crescimento de 20% de 2020 para 2021. Além disso, atua como relevante fonte de conhecimento científico para profissionais de saúde, disponibilizando mais de 50 horas de cursos gratuitos em sua plataforma própria, primando na ciência baseada em evidência. Além de ser apoiadora do curso de extensão em Medicina Canabinoide da FMUSP, o mais acessado de 2022.
Renato Anghinah, MD, PhD CMO – Chief Medical Officer
Formação em Neurologia pela EPM – UNIFESP (1990 a 1992). Formação em Eletroencefalografia pela UNIFESP (1992-1993). Médico visitante do Serviço de EEG Mac Gill University – Montreal Canadá (1994). Título de Especialista em Neurofisiologia Clínica pela SBNC (1996). Título de Especialista em Neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia. Título de Especialista em TCE (Brain Injury Specialist) pela Academy of Certified Brain Injury Specialists (2013). Mestrado em Medicina (Neurologia) pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (1999). Doutorado em Ciências (Neurologia) pela Faculdade de medicina da universidade de São Paulo (2003). Livre Docente em Neurologia pela FMUSP (2014). Fellow of the American Academy of Neurology (FAAN). Coordenador do Grupo de Reabilitação Cognitiva Pós-TCE da Divisão de Neurologia Cínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Revisor de periódicos internacionais e nacionais. Orientador do curso de Pós[1]Graduação em Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Linha de Pesquisa – Distúrbios cognitivos, Reabilitação Cognitiva Pós- Lesão Encefálica, TCE, Demências e Eletroencefalografia em Cognição