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Governo age de forma desrespeitosa para regular trabalho por aplicativos de transportes

Inciativa vai provocar desemprego do setor que se tornou alternativa de renda para milhares de brasileiros que ficaram sem trabalho durante a pandemia do covid

A decisão do presidente Lula (PT), de enviar de forma unilateral ao Congresso Nacional um projeto de lei para regulamentar a relação das plataformas com os prestadores de serviços de transporte de passageiros com uso de aplicativos de internet, desrespeitou empresários e trabalhadores do setor, que se tornou alternativa de renda para quem ficou desempregado durante a pandemia. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fabio Aguayo. O tema também motivou manifestações no Congresso Nacional.

Um fato curioso, segundo Aguayo, é que ficaram de fora da discussão os usuários, as pessoas que de fato utilizam este serviço, que são os cidadãos comuns e as empresas que usam destas plataformas para entregar seus produtos. “Acreditamos que este debate está na casa certa, que é o Congresso Nacional e não vai ser da forma que o governo federal. Tem que ouvir este lado da sociedade. É importante este debate e ouvir quem foi completamente esquecido”.

O presidente disse que a Abrabar fez uma consulta dentro da categoria e a maioria do setor é contra esta regulamentação. “Se tiver oneração, não tenham dúvida que será repassada ao consumidor na ponta final. Então, temos que estar atentos a toda esta discussão, o Congresso vai aprimorar este projeto e vai deixar muita gente preocupada, porque não vai ser do jeito que o governo quer, vai ser do jeito que a maioria quer, que é a população que utiliza estes serviços”.

Como dirigente de entidade de classe, Fábio Aguayo ressaltou que não gostou e não aprova a forma “desrespeitosa” que membros do governo se pronunciaram, especialmente a intimidação do presidente Lula e seu ministro do Trabalho. A manifestação veio após o ministro Luiz Marinho declarar que a Uber, se não quisesse trabalhar assim, poderia ir embora do Brasil.

O ministro segundo Aguayo, também proferiu ataques initimidatórios a empresas de plataformas de entregas de alimentos como o iFood e Mercado livre que, segundo Luiz Marinho, são “altamente explorador”. Ele disse ainda que espera, a partir do projeto de lei, influenciar os demais segmentos. “Não adianta o iFood mandar recado. Nós conversamos um ano inteiro. Mas o fato é que iFood e as demais, Mercado Livre, enfim, diziam que o padrão dessa negociação não cabe no seu modelo de negócio. Porque é um modelo de negócio altamente explorador”, disse Marinho.

Para o presidente da Abrabar, o que impressionou também foi puxasaquismo dos representantes dos ‘trabalhadores’ de aplicativos. “O que estou ouvindo nas ruas é bem diferente, muitos querem se manter como MEI (Micro Empreendedor Individual) e sair das garras e ganancia do governo atual”, ressaltou Fabio Aguayo.

Em Brasília
O tema também repercutiu entre parlamentares do Congresso Nacional. A deputada federal Rosangela Moro denunciou a iniciativa que, segundo ela, serve apenas aos “interesses dos sindicatos, que enchem os cofres com o dinheiro dos trabalhadores para sustentar Lula e sua turma no poder”, afirmou.

O projeto vai “aumentar mais um pouco o lucro dos sindicatos”. Ao encaminhar a proposta, o “desgoverno” quer regular as atividades proporcionadas por empresas como Uber e 99. “O presidente assinou ontem (segunda-feira, 04) um projeto que vai deixar milhares de trabalhadores desses aplicativos desempregados”, alertou Rosangela.

“Cabe a nós, parlamentares, derrubarmos esse projeto aqui no Congresso”, disse. A deputada lembrou que no início do ano passado, a Uber divulgou nota alertando sobre os impactos que essa regulamentação havia causado na Espanha. “Mesmo assim, o Ministério do Trabalho seguir com os planos de prejudicar os motoristas de aplicativos. O ministro ainda disse que se a Uber quisesse siar do Brasil, o problema era deles”, revelou ela.

“Como se o Brasil não precisasse de uma empresa do porte da Uber e que é a única fonte de renda para mais de um 1,2 milhão de pessoas. Inclusive, muitos desses motoristas são profissionais, graduados e pós-graduados, que não conseguem emprego em suas áreas de trabalho e encontram no aplicativo de transporte a única alternativa para sustentar a família”, ponderou.

Nociva à economia
Rosangela Moro, destacou que assim que o projeto chegar no Congresso e estabelecer os seguintes termos: os motoristas terão que pagar o sindicato, de forma obrigatória. A contribuição para a previdência, também obrigatória, vai ter de 27,5% e para trabalhares de 8 horas por dia, só com acordo coletivo, “ou seja, tido obrigatório. Os motoristas não terão escolha”, alertou.

“Alguém tem dúvida que muitos pais e mães de família, que são motoristas de aplicativos, terão que abandonar essa forma de trabalho e vão ficar desempregados?”, indagou a deputada. Que completou: “É este o governo democrático do presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores?”.