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Vitrine Filmes lança ‘Os Olhos de Cabul’ no dia 28 de maio, primeira estreia prioritariamente virtual da distribuidora

A Vitrine Filmes lança dia 28 de maio a animação ‘Os Olhos de Cabul’, dirigida por Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévelle, na plataforma Cinema Virtual. Após a suspensão dos lançamentos nas salas de cinema, essa será a primeira estreia da distribuidora realizada prioritariamente no ambiente digital. O lançamento será feito em parceria com o Cinema Virtual, nova plataforma de aluguel de filmes criada com o intuito de minimizar o impacto da COVID-19 no setor de exibição. A plataforma funciona como uma extensão online dos cinemas, com estreias às quintas-feiras e conteúdos exclusivos, trazendo filmes inéditos e premiados, e remunerando os exibidores mesmo com os espectadores assistindo em casa. Os ingressos por sessão custam R$ 19,90.

“Desde que os cinemas fecharam, em março, ficamos preocupados com as atividades do setor audiovisual, em especial com os exibidores, que têm um impacto muito maior na perda de receita. Poder lançar um filme com o selo de Cannes, como ‘Os Olhos de Cabul’, durante este período e ainda saber que parte dos ingressos vai para as salas de cinema, que estão hoje fechadas, traz uma dupla satisfação para a Vitrine. Primeiro, estamos oferecendo para o nosso público uma animação de excelente qualidade, premiada em grandes festivais do mundo. E ainda mantemos a união de toda a cadeia, permitindo que as pessoas participem ativamente no apoio aos cinemas que frequentam e se associaram ao projeto”, comenta Felipe Lopes, Diretor da distribuidora.

A animação, que teve sua estreia mundial no Festival de Cannes (2019), na mostra Un Certain Regard, e venceu o prêmio Gan Foundation Award for Distribution, no Festival de Cinema de Animação de Annecy, narra a história de Zunaira e Mohsen, um casal jovem e apaixonado, que vive numa Cabul sob o regime do grupo radical islâmico Talibã. Apesar de toda a violência e miséria diária, eles alimentam a esperança de um futuro melhor. Ela, uma pintora liberal na arte e na personalidade, vê sua liberdade completamente retirada ao ter que se enquadrar as regras do regime. Ele, um professor universitário que foi obrigado a deixar seu cargo após a destruição da Universidade de Cabul, também sofre ao ser submetido às ordens machistas para manter-se dentro do esperado pela sociedade ao qual faz parte.

Paralelamente, o longa também acompanha a jornada de Atiq e Mussarat, um casal mais velho que se adaptou ao sistema como forma de sobrevivência. Ele é carcereiro de uma prisão destinada a mulheres condenadas à execução e aliado do Talibã. Apesar de questionar-se sobre as atitudes que toma, ele cede frequentemente à pressão do regime por medo. Mussarat, sua esposa, que está com uma doença terminal, luta entre manter-se viva, sustentar seu casamento e cumprir o papel de companheira submissa, estabelecido pelas regras do radicalismo.

O longa costura a história dos quatro personagens e traz à tona o quanto o regime político influencia a vida de todos, sem exceção. Dirigido por duas mulheres, as francesas Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec, a forma como a animação retrata a vida das afegãs e o machismo avassalador que as cerca é sutil e poderosa. O filme é uma adaptação do livro ‘As Andorinhas de Cabul’, de Yasmina Khadra.

Além do Festival de Cannes e do Festival de Cinema de Animação de Annecy, ambos na França, o longa foi exibido no Festival de Cinema de Valletta, em Malta (2019), onde ganhou o Audience Awards, e no Festival Freistadt, na Áustria (2019), vencendo como Melhor Filme. Por aqui, a animação foi exibida na 43ª Mostra Internacional de Cinema, no último Festival do Rio, e estava selecionada para o Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, suspenso por conta da pandemia.

SINOPSE

​Verão de 1998. Cabul, capital e maior cidade do Afeganistão, está sob a lei do Talibã. Zunaira e Mohsen são jovens e apaixonados. Apesar de toda a violência e a miséria diárias, eles alimentam a esperança de um futuro melhor. Um dia, um gesto bobo faz com que a vida dê uma guinada sem volta. O longa é uma adaptação do livro ‘As Andorinhas de Cabul’, de Yasmina Khadra.

FICHA TÉCNICA

O Olhos de Cabul, França, 2019. 81 min.

Título original: The Swallows of Kabul

Direção: Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec

Roteiro e adaptação: Sébastien Tavel, Patricia Mortagne e Zabou Breitman

Direção de Arte: Eléa Gobbé-Mévellec

Música: Alexis Rault

Produção: Reginald de Guillebon, Stephan Roelants, Michel Merkt e Joëlle Bertossa

Direção de produção: Eléonore Arnal

Storyboard: Nicolas Pawlowski, Maïlys Vallade, Marietta Ren, Jérémie Balais e Stéphane Nedez

Direção de animação: Nils Robin e Nicolas Debray

Edição: Françoise Bernard

Som: Eric Devulder, Pascal Villard, Bertrand Boudaud e Eric Tisserand

Classificação: 14 anos

Distribuidora: Vitrine Filmes

Apoio de Distribuição: UniFrance

SOBRE AS DIRETORAS

Zabou Breitman – É atriz e diretora. Filha dos atores Jean-Claude Deret e Céline Léger, aos quatro anos de idade atuou em um dos episódios do programa de TV Thierry la Fronde, ao lado de seu pai. Estreou no cinema em 1982, onde interpretou muitos papéis cômicos. Nos anos 1990, trabalhou com cineastas como Diane Kurys (La Baule-Les-Pins, 1990), Coline Serreau (The Crisis, 1992), Philippe Lioret (Correspondence Required, 1997) e Pierre Jolivet (My Small Company, 1999). Em 2001, dirigiu seu primeiro longa-metragem, Beautiful Memories, com Bernard Campan e Isabelle Carré. O filme foi premiado com 3 Césars, incluindo o melhor primeiro longa-metragem. Em paralelo, impulsionou uma carreira de sucesso como diretora de teatro, principalmente com Winter under the table (Molière du Metteur en Scène 2003), Roland Topor, Des Gens, uma adaptação do trabalho de Molière por Raymond Depardon e La Compagnie des specters (2010), de Lydie Salvayre. Atualmente, sua peça “logiquimperturbabledufou” está sendo apresentada no Theatre du Rond-Point.

Eléa Gobbé-Mévelle – Depois de se formar em Artes Aplicadas, Eléa Gobbé-Mévellec ingressou na Ecole des Gobelins, em 2003. Seus dois primeiros curtas, Madame (feitos durante seus estudos em 2006) eEscale (2010) foram selecionados para o Festival de Animação de Annecy. Além de seu trabalho como designer para TV e publicidade, já trabalhou como animadora em curtas-metragens como Bang Bang!, de Julien Bisaro, indicado no César Awards de 2015, e Smart Monkey, de Vincent Paronnaud (Winshluss) e Nicolas Pawlowski. Eléa Gobbé-Mévellec continuou sua carreira como animadora de personagens de filmes como: Ernest e Célestine, O Gato do Rabbi, O Dia das Mulheres e Abril e o Mundo Extraordinário. Em 2016, colaborou como cartunista na série animada Lastman, uma adaptação da história em quadrinhos criada por Bastien Vivès, Balak e Michaël Sanlaville. Os Olhos de Cabul é seu primeiro longa como diretora.

SOBRE O CINEMA VIRTUAL

O Cinema Virtual (https://www.cinemavirtual.com.br), é uma plataforma recém criada que visa integrar distribuidores e exibidores com o objetivo de entregar o conteúdo para os usuários finais.  A premissa básica é que todo conteúdo “em cartaz” devam ser filmes que iriam originalmente para os cinemas e que sejam inéditos e exclusivos. Funciona assim: o filme ficará em cartaz em média por 15 dias e após isto passará por um período de blackout de até 90 dias, para chegar nas plataformas digitais de TVOD. O Ticket virtual só poderá ser comprado após o usuário escolher um complexo de sua escolha, que poderão ser filtrados por estado/cidade, desta forma garantimos que todos os exibidores sejam propriamente remunerados. O objetivo da plataforma é criar um ecossistema técnico operacional onde os exibidores possam operar seu próprio cinema digital, como uma extensão da rede física, um “complexo digital”.

SOBRE A VITRINE FILMES

Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 150 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius”, “O Som ao Redor”, e “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, longa que já alcançou mais de 750.000 espectadores, além de “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar deste ano, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional. Em 2020, ano em que completa 10 anos, a Vitrine Filmes já lançou “O Farol”, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia e “Você Não Estava Aqui”, novo longa de Ken Loach. Também lançará “Três Verões”, de Sandra Kogut e o premiadíssimo “A Febre”, de Maya Da-Rin.