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COVID-19 pode ocasionar doenças vasculares

A COVID-19 deixou de ser encarada como uma doença respiratória para ser tratada como imunológica sistêmica. Especialista explica que, ao combater o novo coronavírus, o organismo humano pode desenvolver complicações pulmonares e trombóticas. Dessa forma, pessoas já com tendência a complicações vasculares devem redobrar o cuidado para não contraírem a doença.

Os casos de trombose em pacientes infectados por COVID-19 foram apresentados por pessoas em estado grave, segundo o cirurgião vascular. Dr. Gilberto Narchi Rabahie. “A grande maioria de pessoas que contraíram o novo coronavírus não apresentaram o quadro vascular, de fato. Entretanto, pacientes em quadro crítico tiveram trombose em casos de grande calibre ou microcirculação”, explica o cirurgião.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) não reconhece como grupo de risco do novo coronavírus pessoas com doenças vasculares. Entretanto, na China, país onde a pandemia de COVID-19 começou, há levantamento que aponta a taxa de 25% do desenvolvimento de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Do percentual apontado, 40% chegaram a óbito.

Por conta do risco do desenvolvimento de trombos, o uso de coagulantes tem sido adotado para tratamento de COVID-19 em determinados casos. “Podemos dizer que não há mais testes com anticoagulação. Está claro a necessidade do uso desse tipo de medicamento em pacientes internados com o novo coronavírus. Os anticoagulantes têm feito parte do tratamento da doença”, acrescenta Dr. Gilberto.

Aos pacientes que têm trombose, o cirurgião explica que o tratamento contra a doença vascular normalmente não é interrompido em caso de contaminação de COVID-19. Nesse contexto, o paciente passa a ter um controle rigoroso de ambas as doenças, dada a possibilidade do novo coronavírus em desenvolver trombos.

Cuidados à distância

Para as pessoas que fazem tratamento ou têm tendência a desenvolver doenças vasculares, como a trombose, o recomendado é manter contato com o médico mesmo durante o distanciamento social. A tecnologia traz recursos para que isso seja feito de maneira segura, como aponta Dr. Gilberto.

“A telemedicina tem ajudado nesse contexto de atendimento ou orientação à distância. Contato telefônico, vídeo-chamadas ou aplicativos de mensagens oferecem a possibilidade de comunicação entre médico e paciente”, exemplifica o cirurgião vascular. No contato, é possível entender o quadro clínico de cada paciente.

Em casa, os cuidados com a saúde para pessoas que têm doenças vasculares ou tendência a desenvolvê-las devem continuar. Alimentação saudável e controle de morbidades, como diabetes e hipertensão, precisam permanecer mesmo em isolamento social. “A alimentação feita em casa tende a ser melhor e mais equilibrada do que em restaurantes. Mas, inversamente, as atividades físicas com clubes e academias fechadas tendem a ser mais difíceis”, analisa Dr. Gilberto.

Sobre Dr. Gilberto Narchi Rabahie

Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Gilberto Narchi possui Pós Graduação em Pesquisa pela Universidade da Califórnia, em San Francisco – UCSF, além de ser especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e Endovascular. Também é membro da Sociedade Americana de Cirurgia Vascular e da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e Endovascular. Atualmente, é cirurgião vascular do Hospital do Coração em São Paulo.

Dr. Gilberto Narchi Rabahie Divulgação