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Como a gamificação pode revolucionar o desempenho escolar do seu filho

São Paulo, setembro de 2020 – Além dos serviços indisponíveis durante a pandemia, uma das maiores dificuldades por parte dos pais tem sido manter o foco e interesse dos filhos nos estudos. Cerca de 58% das famílias, estão com  alguma dificuldade no modelo de estudo EAD, segundo pesquisa feita pela Fundação Lemann. É comum ouvir/ler relatos sobre a dificuldade dos estudantes em assimilar o conteúdo proposto pelos docentes.  Nesse sentido, para  auxiliar no desenvolvimento escolar, Nayra Karinne,  doutora em psicologia e especialista em gamificação, sugere a utilização de processos de gamificação nos estudos como forma de estímulo e incentivo.

Nayra acredita que esses processos, que podem ser feitos de forma individual ou coletiva em classe, estimulam e tornam a curva de aprendizado mais alta. “Os processos de gamificação aplicados aos estudos, têm resultados comprovados empiricamente, segundo o pesquisador e educador norte-americano, Edgar Dale. Em suas pesquisas, ele revelou que experiências em games com situações reais, podem aumentar em até 90% a retenção do conteúdo por parte dos alunos. Dessa forma, a curva de aprendizado, durante um período tão delicado para os jovens, se torna mais leve. A gamificação, além de ser utilizada em ambientes corporativos é amplamente aconselhável no ambiente escolar, especialmente quando pensamos nas etapas até o ingresso na universidade”, comenta Nayra.

A especialista detalha abaixo alguns dos benefícios da técnica para os estudantes. Confira:

 

1 –  O controle do estado de flow para os jovens,  a imersão nas atividades:

Quando você realiza uma tarefa prazerosa, você nem vê o tempo passar porque entrou em um estado de flow – sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da atividade, porque é divertido e não é uma obrigação. A gamificação propõe utilizar técnicas que usa reforços e estímulos positivos associados aos elementos de jogos no ambiente escolar para estimular comportamentos e promover o bem-estar dos estudantes. Resultando na elevação do desempenho,  aliado à satisfação e alegria de realizar uma tarefa significativa, seja ela qual for. O desafio é manter os jovens  atentos ao conteúdo, sem que se torne massante. Vale desenvolver o trabalho em conjunto entre pais e professores, para criar uma dinâmica natural e divertida, na medida do possível, e que, dentro de uma rotina saudável, estimule os alunos a continuar o desenvolvimento mesmo fora do horário de aula.

2 – Diversão tem hora, mas é essencial no processo:

Um dos itens mais importantes nas técnicas de gamificação são os momentos de interação e curiosidade. Os alunos que participam do processo,  jogam não apenas para melhorar o desempenho escolar, mas levam em conta experiências e sensações que podem sentir durante o game. E, nesse sentido, notamos que é difícil manter a ideia de diversão leve e casual durante o modelo de ensino EAD. Por isso, propor experiências de jogos como desafios e metas, acompanhados de feedback, engajamento e a sensação de realizar tarefas significativas, mesmo que pequenas, é essencial. Nos cursos de gamificação para alunos essa lógica de game é direcionada às metas escolares como resultado de provas, aprendizado natural e, em alguns casos, no ingresso de universidades.

Esse tipo de atividade, além de facilitar o trabalho dos professores, permite a observação de perfis de alunos, formas de alcançar o maior estímulo individual e permite a integração e troca de experiências, já que, independente da idade, cada aluno tem suas particularidades e fortalezas que pode compartilhar com os demais, se estiverem integrados.

3 – Os pais são os  primeiros que precisam aderir ao processo:

Existem percalços que impedem que a integração escolar  seja plenamente observada no dia-a-dia escolar, especialmente na pandemia, até porque isso depende de um trabalho conjunto e uma sensibilidade que só pode ser alcançada de forma presencial para notar comportamentos, da interação entre alunos novos e antigos. E é justamente nesse desequilíbrio que a gamificação enquanto ferramenta para a cultura de aprendizado vai atuar. Efetivamente, a gamificação aplicada da forma certa em ambientes escolar, traz diversos benefícios como clima otimizado, relação positiva entre os alunos e aumento da produtividade. Mas, é essencial que essa prática, quando aplicada, não fique somente na relação aluno/professor. Os pais têm que participar de todo processo, seja ele feito por meio de jogos ou mesmo, atividades lúdicas. Ao compreender que, independente do horário disponível,  os pais ou responsáveis estão próximos aos filhos, certamente o ambiente será mais leve, resultando em desempenho melhor e, por consequência comprovada, um desempenho escolar ainda melhor

4- O objetivo final deve estar claro:

Não importa a idade do seu filho, o objetivo final deve ser, naturalmente, a evolução dos estudos. Seja ela por meio do ingresso em universidades através do ENEM, êxito nos vestibulares mais concursados, cursos técnicos, ou mesmo, um intercâmbio de estudos. É importante fixar o objetivo, traçar a forma de alcançar e, com isso, gamificar o processo até alcançar o objetivo de desejo, sempre mostrando os obstáculos e que, a recompensa final, só depende dos esforços escolares do estudante. Outro fator importante é não condicionar bons resultados escolar a presentes. O próprio resultado é o presente! E, durante o game, não é necessário vincular uma coisa a outra. O caminho é longo e árduo, levando ainda em consideração a pandemia, mas, ao final, será extremamente gratificante para o seu filho e, também, para os pais e docentes.