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5 dicas para prevenir dores nas mãos, braços e ombros

Preste atenção à sua postura ao ler esse texto. Está no celular? Cuidado com a curvatura do pescoço! Se está no desktop, como está sua coluna?

Existem atividades que fazemos todos os dias e, se descuidarmos do correto posicionamento do corpo, muito provavelmente teremos problemas com o passar do tempo. E inúmeras das nossas ocupações rotineiras envolvem o uso inadequado das mãos, braços e ombros.

A terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, que atua há mais de 30 anos na prevenção e tratamento desse tipo de lesão, traz algumas dicas valiosas para você se cuidar cada vez mais:

1)   Cuidado com a postura no home office e uso do celular

O uso do computador por longas horas está frequentemente associado a lesões e dores em todo o corpo. Para se prevenir, seu cotovelo deve estar apoiado, e não solto; o monitor deve estar na altura do olho, não muito baixo nem muito alto; a cadeira também não pode ser muito alta ou muito baixa.

“Além dessas providências ergonômicas, é importante respeitar a rotina para evitar o esforço continuado, com pausas para as refeições e cafés e muito alongamento”, recomenda a profissional. “E nem pensar em trabalhar na cama ou no sofá!”

2)   Carregar peso é coisa séria

Certamente, você carrega peso ao longo do dia de forma inadequada e nem percebe. Não estamos falando apenas de fardos de comida ou outros carregamentos fora do comum.

“Uma simples ida ao mercado pode trazer consequências, se você traz as sacolas apenas com os dedos”, exemplifica a terapeuta ocupacional. E seu prato de comida – ele parece bem leve, não é mesmo? Mas atente para a forma correta de transportá-lo, assim como panelas e tigelas de frutas: sempre com as duas mãos.

3)   Atenção às quedas! Elas ocorrem em qualquer lugar e de forma inesperada.

É comum a pessoa sofrer uma fratura de graves proporções após uma queda e dizer: “caí por uma bobagem”. São deslizes rotineiros, em geral dentro da própria casa. E existem medidas simples para evitá-los: utilizar tapetes aderentes; remover objetos das passagens, deixando bem livre o caminho entre a cama e o banheiro; evitar móveis com arestas pontiagudas, entre outras sugestões.

“Uma fratura, por simples que seja, leva ao enfraquecimento e pode trazer uma lesão permanente”, explica a terapeuta. “Para quem já tem enfraquecimento muscular, usar gesso por três semanas pode piorar a condição.”

4)   Para dormir, tire o punho da cabeça!

Muita gente só consegue dormir em uma determinada posição, e esse hábito pode vir de muitos anos. Porém, é importante não colocar a cabeça sobre o punho.

“Quando existe essa compressão, ocorre um pinçamento constante do nervo mediano, muito importante de ser evitado”, alerta Syomara.

5)   Atenção às atividades repetitivas

As lesões e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho não ocorrem apenas pelo uso do computador. Quem trabalha profissionalmente ou como hobby com costura, jardinagem, entre outras atividades, pode sofrer uma lesão se tiver tendência a isso e mantiver uma postura inadequada.

Isso inclui cozinhar: “muita gente aderiu durante a pandemia aos aplicativos de delivery para vender pratos. São doces, bolos, marmitas prontas…imagine quanta atividade repetitiva para dar conta”, explica Syomara.

Além de todos esses cuidados, a terapeuta ocupacional traz a regra de ouro do autocuidado: o alongamento constante. “Seja qual for a atividade, é preciso parar, alongar-se, respirar e fazer um bom alongamento de todo o corpo e das mãos em especial”, alerta.

O que é terapia ocupacional?

O terapeuta ocupacional, ou TO, é o profissional que auxilia o paciente a reconquistar a autonomia na realização das atividades de vida diária e nas atividades instrumentais da vida diária, que incluem a administração doméstica e a capacidade de vida em comunidade.

Os diferentes recursos terapêuticos são utilizados de acordo com cada caso, seja para ajudar pessoas com lesões, em período pós-cirúrgico, síndromes debilitantes, até a reabilitação da atividade profissional.

 

* Syomara Cristina Szmidziuk atua há mais de 30 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.