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Neurocientista explica variações no cérebro de pessoas com transtorno bipolar

 

A oscilação entre períodos de depressão e de euforia (mania) é uma das características mais marcantes do Transtorno Bipolar. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas no mundo (homens e mulheres), a maioria jovens com idade entre 15 e 25 anos com pré-disposição genética ou que estiveram em situações de estresse crônico ou elevado.

Segundo o neurocientista Nicolas Cesar, essa alteração de humor excessiva que reflete diretamente no comportamento e atitudes do paciente, é provocada por diferenças anatômicas e funcionais em diversas regiões do cérebro, que agem em conjunto para conectar experiências emocionais (amígdala, hipocampo, hipotálamo), senso de self (individualidade – ínsula), e a capacidade de raciocínio, tomada de decisões e comportamento social (córtex pré-frontal).

“A fase da depressão geralmente está relacionada com a redução de algumas áreas cerebrais, causando falta de energia (vitalidade), prejuízos à memória e capacidade de concentração, além de promover sensações corporais, como o esgotamento, que impactam negativamente o nosso senso de self (nossa autoconsciência) e um desequilíbrio das funções vitais, gerando até perda de apetite e impulso sexual”, diz Nicolas.

As crises podem se manifestar em episódios frequentes de humor deprimido, tristeza profunda, redução significativa da libido, dificuldade de concentração e cansaço, alternados com fases de comportamento agressivo ou promíscuo, mania de grandeza, compulsão para falar, e de maiores demonstrações de afeto do que o habitual.

Nicolas afirma que, depois do terceiro ou quarto episódio, gatilhos podem não ser mais necessários para desencadear um episódio, que tendem a apresentar maiores períodos de remissão conforme a idade avança, mas as crises podem durar mais tempo em contrapartida.

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado, com o uso de medicamentos, psicoterapia em conjunto com a melhora na qualidade de vida, que inclui uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

Caso o paciente não busque ajuda, há grande possibilidade de procurar alívio em vícios e até mesmo, em crises depressivas mais intensas, levar ao suicídio.

Para saber mais sobre o neurocientista Nicolas Cesar, acesse o Instagram: @nicaolasneuro

Sobre Nicolas Cesar
Formado em Ciência e Tecnologia, e Neurociência, palestrante, autor do livro “Neurociente – Por que algumas pessoas são mais felizes que outras”, professor dos cursos online “Neurociência no dia a dia” e “Neuroeducação”. Também do curso acadêmico de Pós-Graduação em Neurolearning. Atualmente participa de uma de linha de pesquisa em percepção de tempo no Laboratório de Cognição Humana da UFABC