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Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que, a partir dos 3 anos de idade, atividades como natação, danças, lutas ou esportes coletivos entrem na rotina infantil

Ortopedista pediátrica orienta que estímulos a exercícios físicos comecem com incentivos a sentar, engatinhar, se arrastar e andar, e devem evoluir a momentos de prazer e de autoimagem positiva

Evitar comportamentos sedentários é a grande chave para estimular os filhos a se exercitarem fisicamente. De acordo com a médica ortopedista pediátrica Dra. Natasha Vogel, desde o nascimento, pais e cuidadores devem incentivar os bebês a se sentarem, andarem etc., conforme vão crescendo. Essa missão só termina quando promoverem experiências por meio das quais os filhos poderão se identificar com a prática esportiva.

Além dos benefícios físicos de atividades como natação, lutas, danças e esportes coletivos, o esporte favorece a socialização infantil. “O esporte pode ajudá-las a fazer amigos, trabalhar em equipe, aprender a respeitar os limites com os seus colegas e se respeitar. As regras de cada modalidade esportiva permitirão que as crianças aprendam a se relacionar com os outros, ouvir o outro e ser ouvido. É importante estimular e permitir que os filhos participem de jogos e esportes da escola e da comunidade onde vivem”, indica a ortopedista.

Além de promover benefícios físicos, o esporte impacta positivamente na saúde mental infantil, favorecendo a tomada de decisões, o gerenciamento de frustrações e a solução de problemas.

“As atividades coletivas podem permitir a descoberta de habilidades; desenvolvimento da coordenação motora; aprendizagem quanto aos cuidados referentes a cada atividade, o uso de equipamentos de proteção, o uso de calçado adequado, a importância da hidratação, do aquecimento e do alongamento, além de oferecer momentos de prazer; e um ponto fundamental é a prevenção da obesidade na infância e na vida adulta”, adverte Natasha.

A importância de ser ativo

Para que o modo de vida ativo seja desejado e praticado pelas crianças, é interessante que as experiências esportivas sejam agradáveis, respeitem a maturidade mental da criança, sejam seguras e contribuam para o desenvolvimento natural da criança. “Os educadores físicos e os pais, de modo geral, devem oferecer um ambiente de competição saudável para estimular a confiança, a cooperação e uma autoimagem positiva, em vez de visar apenas vencer”, alerta a médica. Ela explica também que se a criança não gostar de um determinado esporte, o papel dos pais é proporcionar o contato com diversas outras modalidades e explicar sobre a importância disso até que se identifiquem com um esporte ao qual queiram se dedicar.

Dra. Natasha Vogel é médica subespecialista em Ortopedia Infantil pelo IOT-HC/FMUSP, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica.

Dedicada à ortopedia e ligada a atividades acadêmicas, concluiu o Mestrado em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo e participa como preceptora na formação de novos ortopedistas no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.