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3 passos para ser um líder inclusivo

Foto de Mikhail Nilov no Pexels

Ser um líder comprometido com a inclusão é algo cada vez mais importante dentro das corporações. Primeiramente, pelo respeito ao ser humano, que merece ser valorizado como realmente é. Em segundo lugar, para que seja desenvolvido o sentimento de pertencimento dos profissionais envolvidos, considerado essencial para o sucesso da equipe.

“As empresas têm reconhecido o líder inclusivo para que os seus colaboradores sintam-se inspirados, acolhidos e, sobretudo, apoiados. Outro ponto importante diz respeito à reputação das organizações, pois as que adotam essa prática têm sido bem avaliadas no mercado”, comenta a especialista em Desenvolvimento Humano Susanne Andrade, autora do best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.

De acordo com Susanne, pesquisas mostram que as equipes com líderes inclusivos têm melhor desempenho, são mais colaborativas e tomam decisões mais assertivas. “Um estudo feito pelo Boston Consulting Group (BCG), realizado com 1.700 companhias de oito diferentes países, concluiu que essa atitude na gestão melhora, inclusive, o desempenho financeiro das organizações. A mesma análise revelou que uma cultura inclusiva no local de trabalho é o grande segredo para a inovação e o crescimento”, comenta ela.

A especialista também ressalta que a Mckinsey também realiza regularmente pesquisas nessa mesma linha. “Em um de seus estudos, a consultoria descobriu que empresas que valorizam a inclusão e contam com times diversos tendem a obter retornos acima da média no seu setor de atuação”.

E como colocar tudo isso em prática? O que é necessário desenvolver para ser um líder inclusivo? Para Susanne, existem diversos caminhos e maneiras de desenvolver uma liderança inclusiva.
Ela listou 3 pontos que considera fundamentais para tornar-se um líder inspirador:

Praticar a empatia

Empatia corresponde a “se colocar no lugar do outro”, mas não precisa sofrer nem se chatear com o outro para praticá-la. “É essencial entender e apoiar o sofrimento ou chateação da outra pessoa para que seja empático. Nesse momento, é preciso deixar de olhar somente para o seu umbigo, suas emoções, sua maneira de pensar, e começar a perceber que existem pessoas que pensam diferente e em outras perspectivas. Logo tem atitudes diferentes”, comenta Susanne.

Ao praticar a empatia, o líder “abre o olhar na perspectiva das outras pessoas e passa a compreendê-las, ponto essencial para uma relação de respeito”. “Quantas vezes uma atitude ou escolha do outro faz com que a gente passe a julgá-lo, porque enxergamos a vida em perspectiva diferente? Ser um líder inclusivo corresponde a abrir a mente para entender o outro, para olhar na perspectiva do outro, para acolher o outro como ele é. Praticar a empatia é a base para o respeito à diversidade”, explica a especialista.

Dar foco na equidade

Existe um equívoco quando se fala em igualdade no contexto da diversidade. “Igualdade se refere a tratar todos da mesma forma, independentemente de sua necessidade. Já a equidade corresponde a lidar com as pessoas de maneira diferente, levando em consideração o que elas precisam”, esclarece Susanne.

“Há uma metáfora da distribuição de 2 bancos para as pessoas conseguirem enxergar o que está por trás de um muro. Pessoas de alturas diferentes. Igualdade corresponde a dar os bancos de mesma altura para ambos. Equidade corresponde a dar o banco mais alto para a pessoa mais baixa, de maneira que ela consiga visualizar além do muro. E o banco mais baixo para a pessoa mais alta, desde que seja o suficiente para ela também enxergar”.

Para Susanne, um líder inclusivo precisa conhecer cada um de sua equipe para entender o suporte, os recursos e cuidados que os profissionais necessitam. “Assim, vai saber liderar de forma humanizada, o que vai além de um crachá e é fundamental para o respeito às pessoas e às suas diferenças”.

Ser agente de transformação

É essencial o líder inclusivo inspirar as pessoas a atuarem nessa mesma perspectiva. “Para isso, ele precisa criar espaços para discutir temas que proporcionem as pessoas se sentirem confortáveis para serem elas mesmas na empresa. Seja baiano, paulistano ou português; seja preto, branco ou amarelo; seja heterossexual, homo ou trans; seja da área de exatas ou de humanas; seja racional, emocional ou intuitivo; seja gordo ou magro, de cabelo liso ou crespo. Somos todos humanos… simples assim!”, resume Susanne.

Nesse sentido, ser um líder inclusivo representa também assumir a sua vulnerabilidade,o que passa a ser libertador. “Ele passa a inspirar outras pessoas a se aceitarem e se amarem como são, se libertando do ego, do julgamento, e apenas sendo o ser humano que é, de maneira genuína”.

Dessa forma, “o líder proporciona um ambiente feliz e diverso, adubo essencial para a criatividade e inovação”. “Ele contribui na construção de um ambiente de confiança e colaboração, desenvolvendo um time de alta performance, pois o sucesso é potencializado no contexto de felicidade”, finaliza.

Sobre Susanne Andrade – É autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”. É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela FIAP em disciplinas sobre carreira, coaching, liderança e gestão da mudança para a transformação digital. É sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o “Modelo Ágil Comportamental”. Colunista no “Portal IT Forum 365, na coluna Desenvolvimento Humano na Era 4.0”. Voluntária no Grathi.