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Leucemia: como as células são afetadas e quais os tratamentos

Sintomas como palidez, cansaço, infecções persistentes, hematomas e gânglios aumentados devem ser investigados para a detecção precoce

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 10 mil pessoas serão diagnosticadas com leucemia ao ano, até 2022. A doença, que é uma das principais relacionadas ao sangue e tem na maioria dos casos origem desconhecida, se caracteriza pelo acúmulo de células doentes na medula óssea e na corrente sanguínea.

Na medula, local que fica dentro dos ossos e são fabricadas as células, são encontradas as origens dos glóbulos brancos (leucócitos), dos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e das plaquetas.

“Quando há algo errado, uma célula não atinge a maturidade e sofre uma mutação genética transformando-se em cancerosa. Esta célula se multiplica e substitui as normais. No total são 12 tipos de leucemia, mas basicamente se dividem em mieloide e linfoide, aguda ou crônica, variando de acordo com a célula afetada, velocidade de multiplicação e rapidez que a doença se desenvolve no geral”, explica Sarah Cristina Bassi, hematologista Oncoclínicas Ribeirão Preto.

A diminuição dos glóbulos vermelhos pode causar anemia, fadiga, palidez, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros sintomas. Já a falta de glóbulos brancos provoca a baixa de imunidade ficando o paciente predisposto a ter infecções graves e recorrentes e a redução das plaquetas ocasiona sangramentos nas gengivas nariz, manchas roxas e pontos roxos na pele. Além disso, outros sintomas podem surgir: gânglios inchados e sem dor, febre, suores noturnos, dores nos ossos e articulações, desconforto abdominal (inchaço no baço), entre outros.

Tipos e prevenção

Com maior incidência durante a infância e juventude, a LLA (Leucemia linfoide aguda), segundo o INCA, corresponde a 22 em cada 100 diagnósticos em pacientes de até 18 anos. Apesar disso, este tipo pode ocorrer em qualquer faixa etária.

Já a LMA (Leucemia Mieloide aguda) é o tipo mais agressivo da doença e mais comum em adultos, cerca de 80% dos casos. Sua ocorrência aumenta conforme a faixa etária, sendo mais incidente em pacientes acima de 65 anos.

Segundo Sarah Bassi, como a origem da leucemia é por muitas vezes desconhecida, sua prevenção está diretamente ligada aos hábitos de vida que, se não forem adequados podem provocar alterações cromossómicas.

“O tabagismo, por exemplo, está ligado a muitos tipos de câncer e também com a LMA. De modo geral, ele pode causar inúmeras doenças no coração e também no pulmão. Outros fatores também podem ser o contato excessivo com substâncias como benzeno, radiação ionizante, ciclofosfamida e cloranfenicol”, pontua a hematologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.

Tratamentos

O tratamento se baseia em destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a sua normalidade, produzindo as saudáveis. Independentemente do tipo da doença o processo é múltiplo e depende do tipo de células atingidas, a idade do paciente, presença de outras doenças, capacidade de tolerância da quimioterapia, entre outros aspectos que devem ser avaliados clinicamente.

“Hoje temos muitas opções e etapas que funcionam para os mais diversos tipos. Em alguns casos é indicado o transplante de medula óssea — de um doador compatível. E além disso, há combinações entre quimioterapias para a remissão, controle das complicações como hemorragias, infecções no sistema nervoso central, por exemplo. É um tratamento extenso por isso é importante que seja descoberto no estágio inicial. Quanto antes detectado, melhores serão as respostas ao tratamento”, reforça.

Dra. Sarah Bassi, hematologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto