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Em tempos de brigas por likes, boa imprensa ganha mais importância no mundo

Uma parte dos profissionais jornalistas em nível não só de Brasil, mas de mundo tem pecado e muito no que diz respeito ao trabalho minimamente profissional quando abordam alguns assuntos.

O imediatismo, a caça por likes tem ofuscado a necessidade de se manter uma linha de trabalho que foque na notícia, no fato, e não de quem parte a notícia.

O Brasil assistiu nesta quinta-feira (09) um episódio de grande repercussão envolvendo a apresentadora Luciana Gimenez.

Na quarta-feira, o jornalista Léo Dias publicou uma nota em sua coluna no jornal Metrópoles repercutindo a informação de que o pai da apresentadora, falecido em 2020, teria deixado herança de R$ 2 milhões para uma desconhecida.

Após a repercussão da nota, a imprensa brasileira repercutiu um vídeo de Luciana com um desabafo sobre a matéria do colunista.

As duas matérias foram reproduzidas em diversos sites brasileiros. É esse tipo de imediatismo de quem, ao contrário de Léo, não busca apuração correta dos fatos que reforça ainda mais a importância do jornalismo profissional não só no Brasil, mas também no mundo.

De acordo com o CEO da MF Press Global – empresa com mais de 10 anos de atuação em assessoria de imprensa, Fabiano de Abreu Agrela, isso acontece muitas vezes pelo fato da pressa em se dar um furo de reportagem, que faz alguns profissionais ultrapassarem o limite do respeito a cada momento, bem como esquecerem dos princípios básicos do jornalismo, dentre eles a apuração.

“A imprensa hoje é imediatista e matérias assim vêm para gerar views para não apenas o site como nas redes sociais. Léo fez o trabalho dele, baseado em uma informação que não foi desmentida pela Luciana. Isso acabou evidenciando-a, em um caso onde ela poderia ter escolhido não se pronunciar. Ela é mais uma personagem que se destaca de ambas as formas, positiva e negativa.

Há uma cultura hoje, ainda conforme Fabiano, de aparecer a todo custo. “Nomes como Felipe Neto, por exemplo, ganharam destaque com apoiadores e ‘odiadores'”, disse.

“Quando a gente parte principalmente para a rede social, onde a competição para ‘aparecer’ é tão grande, que tem pessoas que buscam isso ultrapassar qualquer limite, sobretudo da coerência”, emendou.

Ainda conforme Fabiano, que também é PhD Neurocientista, o narcisismo patológico, em outras palavras a necessidade de se auto promover, acaba distorcendo a coerência.

“Dentre todos esses problemas, em meio a casos como esse, a boa imprensa, a imprensa profissional ganhou uma espécie de selo de credibilidade. Por mais que parte do mercado, mediante a política, venha sendo colocado constantemente sob suspeita, a imprensa continua sendo um sinônimo de credibilidade. Quase que uma ciência da informação”, argumentou.