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Golpes de clientes em apps de delivery preocupam entidades de gastronomia

Abrabar já iniciou uma campanha de orientação aos empresários do setor para combater este tipo de delito

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Golpes com cancelamento de encomendas e ressarciimento preocupa setor de gastronomia do Paraná – Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A grande incidência de golpes praticados por supostos clientes de aplicativos de entrega de alimentos e bebidas tem preocupado entidades ligadas a gastronomia e entretenimento do Paraná. Este tipo de delito provoca prejuízo aos estabelecimentos do setor e afeta diretamente as empresas especializadas em delivery, alerta a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar).

A maioria dos golpes ocorre após a entrega dos pedidos feitos por aplicativos. O suposto cliente cancela sem motivo algum, ou justificando como impróprio para uso ou consumo, explica a empresária Eliete Ukacheski, proprietária de uma empresa de gastronomia e entrega dos produtos.

A maioria dos aplicativos acaba não fazendo a verificação sobre a reclamação com foto ou contato com o restaurante, simplesmente devolvendo o dinheiro ao cliente. Esta “facilidade” em receber o pagamento de volta já é vista como oportunidade pelos golpistas, afirmam empresários do setor.

Golpes e pandemia

De acordo com Fábio Aguayo, presidente da Abrabar, com a pandemia da covid-19, cresceu o número de golpes envolvendo os aplicativos de entrega. “Muita gente se passando por entregador, criando páginas e promoções falsas ou cliente que infelizmente muitas vezes é mau-caráter e usa a ferramenta para aplicar golpes nos restaurantes”, disse.

Aguayo ressalta que a maioria dos criminosos recebe o produto, mas cancela o pedido. “Simplesmente não devolvem, ou cancelam o pagamento do pix. Como falta muitas vezes uma comunicação mais urgente e breve entre a plataforma e os restaurantes, alguns aproveitam essas brechas”, ressaltou.

Por conta das reclamações dos empresários, a Abrabar afirma que deve haver mudanças na política de cancelamentos do aplicativo. “O Ifood já criou uma ferramenta dentro da plataforma para combater esse tipo de coisa, vamos fazer campanhas de orientação aos empresários em conjunto, porque muitos ainda não estão acostumados com os apps de delivery”.

“Agora, através do CPF, vamos conseguir bloquear os clientes que comprovadamente aplicarem este tipo de golpe nos estabelecimentos. Haverá um combate aos fraudadores em conjunto com entidades do setor, estabelecimentos e empresas de delivery”, adiantou Fábio Aguayo.

O presidente da Abrabar participou, no início do mês com líderes de outras entidades, de uma reunião com o Ifood, o primeiro presencial após a pandemia na sede da empresa. Entre os temas abordados, além dos cancelamentos e a participação mais ativa dos parceiros no processo, questões de segurança e valorização de entregadores.

Avanços

“O nosso compromisso é melhorar o serviço e trazer soluções, conjuntas, aos nossos parceiros. Ouvir as associações é parte fundamental”, disse Arnaldo Bertolaccini, diretor de restaurantes do iFood. “Estamos muito satisfeitos em reunir esse grupo, que representa amplamente um segmento de mais de 500 mil estabelecimentos”, ressaltou.

Em nota, o iFood afirma que repudia desvios de conduta de qualquer usuário cadastrado no aplicativo, sejam consumidores, estabelecimentos parceiros ou entregadores independentes. “Em casos de cancelamento solicitado pelo cliente, o iFood faz uma avaliação dos motivos e se estão em linha com os Termos de Uso da Plataforma, das quais clientes e parceiros tomam ciência ao ingressar à plataforma”.

“É importante destacar que em caso de violação ou descumprimento dos termos, o cancelamento pode não acontecer, ou o restaurante ter reembolso integral do pedido”, diz o texto. Para reduzir os cancelamentos, a empresa implementou o Código de confirmação de entrega para parceiros do plano básico, que teria reduzido em média, 55% dos cancelamentos para os restaurantes que estão utilizando.