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Pós-pandemia: como lidar com o socioemocional do jovem?

De 69 milhões de jovens, entre 0 a 19 anos, 10 milhões sofrem com ansiedade generalizada ou depressão

A pandemia da Covid-19 afetou o mundo todo de diversas formas, mas principalmente, na saúde emocional. Além disso, uma parcela da sociedade que sofreu – e ainda sofre com resquícios desse período – são as crianças e os adolescentes. Um estudo feito pela ABMP (Associação Brasileira de Medicina Psicossomática), mostra que dos 69 milhões de jovens, entre 0 a 19 anos, 10 milhões possuem casos de transtornos, como ansiedade generalizada ou depressão.

O motivo dos números alarmantes é o isolamento social, uma vez que os jovens foram obrigados a ficar em casa, sem conseguirem se socializar novamente e manter uma rotina diferente do qual já estavam acostumados no dia a dia.

“Perdas de entes queridos, desemprego, dificuldade de ajustar a rotina escolar de modo adaptado, devido a inconsistência de recursos tecnológicos para estudar, são alguns dos problemas diários que enfrentamos. Reconhecemos a rede de serviços existentes, acionamos apoios direcionados para necessidades específicas. Contamos com a área da educação, da assistência social e da saúde de forma imersiva, e muitos parceiros na linha de frente dos acolhimentos, no fomento para a realização dos projetos direcionados às questões identificadas, principalmente no tema saúde mental e emocional de modo elevado”, destaca Ana Beatriz Nogueira, diretora pedagógica da Casa do Zezinho.

Projetos que auxiliam a saúde emocional e bem-estar dos jovens

No Brasil, existem projetos que buscam aliviar este cenário, como por exemplo, a Casa do Zezinho, ONG focada na educação de crianças e jovens, que vivem em estado de vulnerabilidade social, que conta em seu portfólio a Pedagogia do Arco-íris, tecnologia socioeducacional idealizada por Dagmar Rivieri (Tia Dag), fundadora da Casa do Zezinho.

A ação tem como objetivo o desenvolvimento da criança, do adolescente e do jovem, por meio de projetos pedagógicos em diversos nichos, como tecnologia, saúde, bem-estar, meio ambiente e sustentabilidade. “A pedagogia tem a possibilidade de propor novos começos e caminhos estratégicos de atuação (considerando os desafios dos profissionais ao desempenhar o seu papel), bem como da família em sua função como primeira instituição”, explica a especialista. A organização recebe apoio de institutos, fundações, empresas privadas, e do poder público para a consistência da aplicação dos seus programas e projetos.

Se cuida Zezinho

Pensando então na Saúde integral do seu público direto, a Casa do Zezinho também possui uma iniciativa que está relacionada diretamente ao cuidado com a saúde mental e bem-estar de todos. O “Se cuida Zezinho” é um projeto que promove por meio da educação, oficinas de ensino e aprendizagem, que contribuem para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais das crianças, adolescentes e jovens.

O Projeto realiza oficinas de nutrição, terapias naturais, Yoga, atendimento psicológico clínico, e oficinas psicoeducacionais. Além disso, um dos objetivos também é potencializar a cultura do auto e mútuo cuidado, visando atuar na prevenção de danos emocionais e físicos, guiando-se pelos objetivos do desenvolvimento humano.

“Buscamos acolher diariamente nossos Zezinhos, além de serem afetados diretamente pela desigualdade social e falta de oportunidades, enfrentam problemas de saúde mental como efeito de um período tão incomum. O cenário é de muita insegurança nos jovens e nas crianças, que além disso tem apresentado uma série de comprometimentos de aprendizagem na escola, e nas relações de convívio em suas vidas”, finaliza a fundadora.

Sobre a Casa do Zezinho:

A Casa do Zezinho é uma organização sem fins lucrativos que atende crianças, adolescentes e jovens, com idade entre 6 e 21 anos. Ao todo são mais de 1.100 Zezinhos matriculados. Todos são envolvidos em dois Programas: Aprender Brincando e Educação de Jovens para o Século XXI, e dentro destes programas acontecem as oficinas de educação, arte, cultura, tecnologia e desenvolvimento pessoal. Criando assim, condições para a formação do pensamento crítico, transformação da própria realidade e autoconfiança. Fundada em 1994, por Dagmar Rivieri, conhecida como Tia Dag, a instituição fica localizada no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.