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Quantos likes fazem uma autoestima?

Auto exprime a noção de ‘si mesmo’. Estima significa a valorização ou o carinho sentidos por alguém. Ora, sendo a autoestima relacionada à ideia que criamos de nós mesmos, o que fazer quando esse sentimento de amor por si passa a ser atribuído a fatores externos?

A necessidade de autoafirmação por meio dos outros não é um conceito do século XXI, mas certamente as mídias sociais intensificaram essa relação. Receber likes é legal, mas precisamos tomar alguns cuidados ao utilizar as redes.

Privacidade vs Exposição

A busca por reconhecimento ou publicidade na internet não é em si um problema. Há vários exemplos de conteúdos que despertam o interesse do público, seja esse um objetivo proposital ou não. Porém, ao abrir espaço para o público, abre-se também espaço para alguns perigos.

Saber como utilizar suas informações online é fundamental. Como explicado no blog da ExpressVPN sobre segurança online, é uma questão de proteção física e emocional, uma vez que perseguição e cyberbullying são reais. Dessa forma, seguir alguns procedimentos simples pode nos ajudar a navegar de modo seguro pelas redes.

Mas por que gostamos de likes?

A resposta tem embasamento científico. O fato é que, quando recebemos likes, o nosso cérebro libera dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer, como a que sentimos, por exemplo, ao comer um pedaço de chocolate. Em suma, a dopamina nos conecta a sensações prazerosas.

Esse prazer é ainda mais intenso em jovens que, além de já possuírem os níveis hormonais altos nessa idade, passam mais tempo conectados e estão suscetíveis à influência de aprovação nas mídias. É o que confirma um estudo publicado na revista americana Psychological Science.

Voluntários de 13 a 18 anos foram expostos a 148 fotos no Instagram, das quais 40 eram deles próprios. Cada imagem possuía um número de curtidas cuja quantidade foi pré-designada. Os pesquisadores observaram que o núcleo accumbens (nome de uma parte do circuito de recompensa do cérebro) era ativado quando os jovens viam suas fotos com muitas curtidas.

A sensação de recompensa não acomete apenas jovens. Ela faz parte das nossas buscas como seres humanos e vai desde ao elogio a uma roupa bonita às férias que nos damos após meses de trabalho. A relação da sociedade como um todo com as mídias sociais exemplifica e acentua essa necessidade, porém é preciso tomar cuidado para que a mesma não se torne uma constante finalidade. Ou seja, que esta não seja a única ou mais importante fonte de reconhecimento. Para isso, atividades “reais” são uma excelente balança, principalmente em família.

Retorno ao “mundo real”

O psicólogo e teórico americano Jeffrey Young afirmou que o ser humano tem necessidades emocionais básicas que devem ser satisfeitas em cinco princípios:

  • vínculo com os outros
  • autonomia
  • limites realistas em realação a si e ao próximo, além do ambiente
  • orientação em relação às suas necessidades
  • liberdades tanto de expressão como de sentimento

Estes princípios podem ser um bom termômetro inicial para que nos indaguemos se a nossa relação com as mídias sociais continuam saudáveis. A tecnologia está aqui para acrescentar ao cotidiano e são muitos os seus benefícios. Cabe a nós como usuários entendermos como melhor usar essa ferramenta ao nosso favor.