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Recrutadores buscam profissionais com inteligência emocional

Para quem deseja recolocação profissional no mercado de trabalho em 2023, é necessário desenvolver habilidades comportamentais e sociais. É o que indica um estudo realizado pela consultoria de recursos humanos Michael Page, que mostra que 91% das pessoas são contratadas pelo perfil técnico e demitidas por atitudes ligadas ao aspecto comportamental. 

Outra pesquisa, desenvolvida pela consultoria de gestão de pessoas, ademais, dá conta que 64% das empresas não sabem como desenvolver habilidades comportamentais em suas equipes e são prejudicadas financeiramente por esse motivo.

O perfil comportamental de cada indivíduo, dessa maneira, acaba sendo tão importante quanto o técnico na hora da contratação. O Fórum Econômico Mundial prevê que até 2025, 8 das 10 habilidades essenciais para um profissional serão socioemocionais. 

Outros dados corroboram este panorama: de acordo com o relatório Global Trends Report, feito pelo Linkedin, 92% dos recrutadores consideram as habilidades interpessoais (soft skills) tão ou mais importante que o conjunto de habilidades técnicas adquiridas por meio de formação tradicional e capacitação (hard skills). O mesmo estudo aponta que 89% das contratações que não foram bem-sucedidas são devido à falta de características comportamentais e emocionais adequadas.

Segundo o professor e especialista em neurociência e comportamento, Jivan Pramod, as empresas precisam atualizar a forma de avaliação e contratação de um candidato à vaga de emprego e as instituições de ensino adicionar matérias relevantes sobre o assunto.

“Hoje é um diferencial o profissional que apresenta em seu currículo cursos ou especializações em inteligência emocional, comunicação não violenta e até mesmo alguma experiência dentro de um contexto terapêutico, como por exemplo a meditação”, diz. “A continuidade desse desenvolvimento dentro da empresa também é essencial”.

Pramod acredita que essa fragilidade emocional e comportamental de profissionais acontece porque na educação básica e formativa regular, as pessoas não são preparadas para isso. “O mais próximo que temos são conselhos comportamentais dos nossos pais, de pessoas próximas, da mídia ou de instituições religiosas, na tentativa de buscar pela melhor opção entre acertos e erros”, disse o especialista em neurociência e comportamento.

Para o professor, o aprimoramento de habilidades comportamentais associadas a formação acadêmica e técnica podem ser realizadas através de ferramentas que auxiliam na compreensão das circunstâncias sob o ponto de vista do outro, como por exemplo o mapa da empatia e o contrato de expectativas para resolução de conflitos antes mesmo de acontecer. 

“É importante o alinhamento e treinamento regularmente para que haja o envolvimento de toda equipe, seja no ambiente corporativo ou perfeitamente aplicável na vida pessoal. Frequentemente observo o quanto isso se torna uma vantagem num mercado tão competitivo”, analisa, ressaltando que seria um benefício para empresa, para o colaborador e para o cliente final. “Todos ficam felizes. Além de facilitar a comunicação e liderança”, completa.