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Perfeccionismo e autocobrança excessiva podem gerar prejuízos na saúde mental

Você é perfeccionista e costuma se autocobrar com frequência? Saiba como esses hábitos podem prejudicar a sua saúde mental

Psicólogo explica quando é necessário buscar ajuda profissional e quais são os pontos que servem de alerta

Medo frequente de cometer erros, busca incessante para se atingir os melhores resultados e repetição frequente de tarefas ou atividades por achar que não estão boas o suficiente são algumas ações que podem caracterizar um indivíduo perfeccionista. Querer fazer algo bem-feito pode ser uma premissa comum para muita gente, mas essa questão se torna um problema quando vem acompanhada de autocríticas e autocobranças exageradas porque gera um sofrimento emocional e diversos impactos na saúde mental.

Além de ocasionar um quadro de ansiedade generalizada, o perfeccionismo também pode contribuir para o surgimento do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). A pessoa, por achar que determinada atividade que está sendo desenvolvida não está correspondendo a um padrão de qualidade, que é imposto por ela mesma na maioria dos casos, repete aquilo por várias vezes, e isso gera estresse, irritação e até frustração, principalmente, se o resultado não sair conforme o esperado. Além de demandar um tempo maior para uma única tarefa, deixando as demais em segundo plano.

De acordo com o psicólogo e professor de do curso de Psicologia da UNINASSAU Paulista, Cleyson Monteiro, O perfeccionismo e a autocobrança andam juntos e são condicionantes comportamentais que precisam ser cuidadas com atenção. “Para lidar com as adversidades causadas por essas condicionantes é necessário estabelecer uma rotina de cuidados com a saúde psíquica, saúde física, relações sociais, além de praticar mais a tolerância consigo mesmo, para compreender e aceitar que em alguns momentos ela vai falhar porque ninguém é perfeito, é preciso aprender a lidar e superar as frustrações”, orienta.

O psicólogo ainda reforça que encontrar um meio termo e buscar um equilíbrio é fundamental para casos como este. “O ideal é encontrar um equilíbrio entre a condição que você tem para desempenhar determinada função, com o tempo e conhecimento disponíveis, aliados ao que você pode fazer de melhor, respeitando as suas possibilidades e limites. Podemos substituir a perfeição pela eficiência, pela eficácia , fazer o melhor dentro das condições que nós temos”, explica.

O momento indicado para buscar ajuda profissional é quando o indivíduo não consegue atender as demandas do dia a dia, profissionais, pessoais e afetivas, por estar focado na repetição de tarefas, na busca pela perfeição, na autocobrança do que se tem que fazer ou autocrítica demasiada pelo que foi feito.

“Quando ele deixa de ser cuidadoso e afetuoso com as pessoas que se relaciona, quando passa a ser mais irritado porque percebe que os seus projetos nunca correspondem ao padrão de qualidade que foi estabelecido, quando perde muito realizando um trabalho porque está sempre vendo ou apontando defeitos, que muitas vezes apenas ele mesmo enxerga, e acha que precisa refazê-lo são alguns indícios no qual identificamos a necessidade da ajuda de profissionais habilitados para controlar e reverter essa situação. Quanto mais cedo isso for identificado e tratado, menos sofrimento será gerado para quem convive com esse tipo de comportamento”, finaliza Cleyson Monteiro.