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Mercado de alimentos impresso em 3D terá tamanho de US$ 872,4 milhões até 2028, mostra pesquisa

Dados apontam que o segmento de comidas impressas deve alcançar valor total de US$ 872,4 milhões nos próximos 5 anos

Foto: Shutterstock / Embutido.

As impressoras 3D de comida não são uma promessa, mas uma realidade. Já existe mercado para equipamentos que imprimem comida, e a tendência é que ela cresça com CAGR de 49,9%, alcançado valor total de 872,4 milhões de dólares até 2028. Os dados foram divulgados no relatório Vantage Market Research.

tecnologia aliada à food science é considerada um marco na inovação da indústria de alimentos, que necessita de cada vez mais inovações para atender a crescente demanda por comida, de maneira segura e sustentável.

O que é impressão 3D de alimentos?

As impressoras 3D de alimentos funcionam de maneira similar aos aparelhos tradicionais. Ela permite a fabricação de comidas personalizadas, com diferentes texturas, formatos, sabores e teores nutricionais personalizados.

Além disso, garante maior eficiência na produção de alimentos, reduzindo desperdícios e recursos naturais. Atualmente, o setor deve produzir com o mínimo de agressão possível ao meio ambiente.

Como funciona uma impressora de comida e do que ela é feita?

O equipamento possui os mesmos filamentos, “tintas”, das impressoras 3D convencionais, que criam diversos tipos de objetos. Porém, o conteúdo do filamento é comestível, pode ser consumido por seres humanos e até mesmo animais.

Portanto, os ingredientes que o compõem precisam seguir exigências e certificações de uma produção tradicional de comida. Ainda não é possível usar todos os tipos de alimentos, pois os ingredientes da impressora 3D devem ter printabilidade, aplicabilidade e pós-processamento.

  • Printabilidade: diz respeito a facilidade no manuseio do ingrediente dentro da impressora e seu comportamento ao ser depositado pelo aparelho. A impressão de alimentos depende de fatores como teor de umidade, propriedade térmica e mecanismos de reticulação;

  • Aplicabilidade: se refere a capacidade de atender certas demandas, como necessidades nutricionais do alimento.

  • Pós-processamento: tem relação com o comportamento da comida depois de impressa. Alguns alimentos podem ser consumidos diretamente, mas outros, como carne, necessitam passar pelo processo de cocção. Textura, cor e sabor também são levados em consideração.

A comida impressa em 3D pode ser vegana?

A premissa dos alimentos 3D é justamente promover uma alimentação mais saudável. Atualmente, o consumo de produtos ultraprocessados é alto, e isso traz diversos problemas à saúde.

Além disso, a tecnologia promove a redução do uso de recursos naturais e da poluição gerada por indústrias tradicionais. A impressora necessita de menos insumos para fabricar alimentos e, praticamente não utiliza terras de plantio.

Uma das principais conquistas das impressoras 3D de comida é a capacidade de produzir carne sem afetar os animais e o meio ambiente. Carnes à base de plantas contêm textura similar a da carne real.

A empresa Novameat existe desde 2018, e produz bistecas com a mesma textura da carne de porco convencional. Já o espetinho de porco, outra invenção da Novameat, é produzido a partir de alga marinha, arroz, lentilha, azeite e suco de beterraba, utilizando a microextrusão para copiar a textura.

A comida impressa em 3D tem um gosto bom?

Apesar das carnes impressas terem aparência similar aos cortes reais, o gosto ainda não é o mesmo. Isso não significa que o gosto é ruim, apenas diferente do que estamos acostumados.

Porém, a tecnologia já consegue reproduzir doces com textura e sabor parecidos com os fabricados em confeitarias. Afinal, impressoras 3D conseguem utilizar ingredientes como  chocolate e creme, presentes em receitas convencionais.

Impactos da produção de alimentos 3D nos alimentos tradicionais produzidos na agricultura

A produção agrícola causa impactos significativos no meio ambiente. Começando pelo desmatamento, pois o terreno onde é feito o plantio precisa ser limpo. Algumas vezes, a limpeza é realizada por meio de queimadas.

As máquinas utilizadas no plantio e colheita funcionam a partir de combustíveis fósseis não renováveis, que, ao entrarem em combustão, emitem gases nocivos à atmosfera.

Corretores de solo, adubos e pesticidas, insumos essenciais na produção agrícola, conseguem penetrar no solo e nos lençóis freáticos, provocando a contaminação de rios e mares, por exemplo.

Sem esquecer da exaustão de mananciais, erosão do solo e redução da diversidade, outros impactos que contribuem para a degradação do meio ambiente.

Por outro lado, as impressoras 3D não promovem qualquer tipo de dano ao ecossistema. Mas a tecnologia pode diminuir o espaço da produção agrícola no mercado. A tendência é que o setor sinta os impactos desse novo conceito nas próximas décadas.

É possível imprimir comida em casa?

O uso doméstico ainda não é comum. No entanto, é possível adquirir uma impressora 3D para produzir alimentos em casa. A Foodini é uma impressora utilizada por restaurantes, escolas, hospitais e, claro, indústrias de alimentos.

Ela permite a utilização de praticamente qualquer tipo de ingrediente. Basta preencher as cápsulas com a mistura desejada e programar a impressão. Quem quer imprimir comida em casa necessita desembolsar 6 mil dólares, preço atual da Foodini.