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Greenpeace Brasil leva mais de 50 toneladas de alimentos às populações afetadas pela seca histórica na Amazônia

A crise causada pela ação humana intensifica eventos extremos e piora a condição de comunidades indígenas e ribeirinhas, historicamente vulnerabilizadas;

Sem água no rios, milhares de pessoas estão enfrentando dificuldade para o acesso a recursos básicos de sobrevivência, como água potável, comida, energia elétrica e atendimento médico;

O uso de combustíveis fósseis como fonte de energia e alterações no uso da terra e desmatamento são as maiores  contribuições do Brasil para a crise climática

Em setembro, quando teve início o atual cenário de emergência decorrente da seca extrema na Região Norte do país, o Greenpeace Brasil lançou  Asas da Emergência, iniciativa para levar alimentos e itens de necessidade básica para as populações mais afetadas. Até o momento, já foram entregues 50,4 toneladas de alimentos, água e produtos de higiene pessoal às comunidades atingidas pela seca, em diversos municípios.

“Neste momento de emergência, o Greenpeace Brasil trabalha em parceria com organizações da sociedade civil para levar itens de primeira necessidade para as vítimas da seca extrema e prolongada na Amazônia”, afirma Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil. Parte das doações foi feita pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), entre outros importantes parceiros do Greenpeace.

O Greenpeace Brasil também organiza uma campanha de arrecadação de doações para dar  continuidade a trabalhos similares, com foco no combate às mudanças climáticas e eventos extremos, neste site.

Mudanças climáticas intensificam eventos extremos

A situação de seca extrema que vem afetando a Região Norte é efeito da crise climática e agravada pelo El Niño e o aquecimento anormal do Pacífico Norte. A combinação desses fatores  com as queimadas e a fumaça nessas localidades torna toda a situação ainda mais alarmante, piorando a condição de pessoas historicamente vulnerabilizadas, comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem dos rios para alimentação e transporte.

“Quando o rio seca, isso restringe o acesso das pessoas a recursos básicos de sobrevivência, como água potável, comida, energia elétrica e atendimento médico”, reforça o porta-voz do Greenpeace Brasil. “A situação no Acre, no Pará e no Amazonas é muito  grave”.

Apesar dos alertas da comunidade científica, pouco foi feito para mitigar os efeitos combinados da crise climática e do El Niño. A seca que assola o Amazonas deixou seus 62 municípios em situação de emergência. De acordo com a Defesa Civil, mais de 152 mil famílias foram afetadas, cerca de 600 mil pessoas. No Acre todos os municípios estão em situação de emergência. No Pará são 18 municípios, além de Tartarugalzinho (AP) e Porto Velho (RO), na mesma condição.

O poder público estadual afirma que foram registrados 18.776 focos de calor no Amazonas entre 1º de janeiro e 05 de novembro de 2023. A responsabilidade do Brasil no enfrentamento da crise climática está diretamente relacionada à mitigação das emissões a partir do fim do desmatamento e da proteção da Amazônia.

“É urgente a criação de políticas públicas para a elaboração de estratégias e ações que zelem pela vida das populações”, destaca o porta-voz do Greenpeace Brasil. “Em especial, das populações  vulnerabilizadas, mais expostas aos impactos dos eventos extremos causados pela crise climática”, reforça. “Não tem como enfrentar crise do clima sem tratar de justiça social”, completa.

Relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) alertam que fenômenos climáticos extremos estão se agravando rapidamente em consequência de ações humanas, como o uso de combustíveis fósseis como fonte de energia e alterações no uso da terra, caso do desmatamento –  a maior contribuição do Brasil para a crise climática.

Sobre o Greenpeace Brasil

O Greenpeace Brasil é uma organização ativista ambiental sem fins lucrativos, que atua desde 1992 na defesa do meio ambiente. Ao lado de todas as pessoas que buscam um mundo mais verde, justo e pacífico, a organização atua há mais de 30 anos pela defesa do meio ambiente denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição das florestas.