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Leite: nutricionista destaca benefícios do alimento para cada fase da vida

Um dos alimentos mais completos e consumidos no mundo propicia inúmeros benefícios para a saúde; aos intolerantes, especialista do Vera Cruz Hospital sugere alternativas

Crédito Couler para Pixabay

Puro, com café, chocolate, processado ou de diversas outras maneiras; ao todo, no mundo, são consumidas 589 milhões de toneladas de leite por ano, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). Segundo a nutricionista Ligia Vieira Carlos, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), o leite é considerado um dos alimentos mais nobres, pois é rico em proteína, gordura, sais minerais, carboidratos e vitaminas.

O consumo do leite animal por humanos se tornou um hábito há cerca de 10 mil anos, quando os animais foram domesticados e os adultos foram ficando cada vez mais capazes de digerir a lactose. De acordo com a especialista, cada nutriente do leite de vaca, o mais comum à disposição, tem um papel importante para o organismo humano. “As proteínas do leite, por seu perfil de aminoácidos essenciais, digestibilidade e biodisponibilidade – que são rapidamente absorvidas pelo organismo – favorecem o alimento na caracterização de grau máximo de qualidade proteica, sendo comparável à albumina, que contribui para a construção de fibras musculares. Com relação ao cálcio, o leite é a principal fonte deste mineral. Para o humano, o leite configura de forma essencial para o sistema nervoso central, permitindo que seu desenvolvimento seja diferenciado dos demais mamíferos”.

Ligia salienta que em cada fase da vida, o leite contribui de alguma forma para a saúde. “Na infância, garante benefícios para o crescimento, saúde dental, hidratação, desempenho cognitivo e controle do apetite. Na fase adulta, além de oferecer nutrientes, o consumo de leite pode auxiliar no controle da pressão arterial, na redução do risco de problemas cardiovasculares, possui ação antiobesidade e antidiabética. Com a chegada da velhice, este alimento ajuda na prevenção de quadros de sarcopenia e diminui o risco de osteopenia e osteoporose”, pontua.

Ou seja, o leite é recomendado para todas as fases da vida. “Com exceção de condições muito específicas, todos podem consumir o leite de vaca. Esta bebida é recomendada por guias alimentares nacionais e internacionais, e pode ajudar no aporte de nutrientes, como o cálcio. Em resumo, é um alimento saudável e adequado. Vale ressaltar a importância de orientações dietéticas personalizadas, considerando as necessidades nutricionais individuais e as condições de saúde de cada indivíduo”, adiciona.

Intolerância a lactose

Mas com tantos benefícios, como as pessoas intolerantes à lactose podem tirar proveito deste alimento tão completo? “A lactose é o açúcar de quase todos os leites. Quando ingerimos, esta substância é quebrada em dois açúcares menores (galactose e glicose), os quais são absorvidos no intestino delgado, alcançam a corrente sanguínea e, então, são utilizadas como fonte de energia pelas células. A lactase é a enzima que faz esta quebra. A lactose não é digerida quando há deficiência parcial ou total da lactase, alcançando o intestino grosso (cólon). Desse modo, as bactérias do cólon metabolizam a lactose absorvida em gases que são responsáveis pelos sinais e sintomas da intolerância”.

De acordo com a especialista, o consumo de leite de vaca não causa a intolerância à lactose. Na realidade, existe uma relação inversa: quanto maior o consumo de leite, menor o risco de seu desenvolvimento. Tanto a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), quanto a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) chamam a atenção para a importância do diagnóstico clínico, uma vez que os sintomas da má digestão de outros carboidratos podem ser erroneamente confundidos com este quadro. Além disso, mesmo para pacientes diagnosticados, geralmente 12 gramas de lactose são tolerado sem sintomas. Por fim, opções como a enzima lactase oral ou leites sem lactose podem ser oferecidos no caso da incapacidade de digerir este açúcar.

A nutricionista explica que os sintomas variam conforme diversos fatores, tais como quantidade de lactose ingerida, trânsito intestinal e idade do paciente, podendo ser mais ou menos intensas. Geralmente, os sintomas aparecem entre 30 minutos a duas horas após a ingestão de laticínios. As mais comuns são: inchaço abdominal, cólicas, gases, flatulência, diarreia, assaduras, náuseas, vômitos, câimbras e, algumas vezes, constipação intestinal.

O importante é ter um diagnóstico concluído por um médico, considerando que para ser feito o diagnóstico desta intolerância alimentar podem ser adotados os seguintes procedimentos:

Métodos clínicos: retirar todos os alimentos com lactose da dieta faz com que os sintomas acabem em dias ou semanas. Trata-se do procedimento mais comum;

Teste respiratório para pesquisar eliminação de hidrogênio em amostras de ar expirado: na sua execução, a lactose não absorvida é fermentada no cólon, levando à produção de hidrogênio. Parte deste gás é absorvido pelo intestino, alcança a corrente sanguínea e é eliminado no ar expirado dos pulmões em concentrações aumentadas;

Teste de tolerância à lactose: após a ingestão de lactose, pessoas sem esta doença apresentam elevação da glicemia (glicose formada pela quebra da lactose) a valores maiores que 20 mg/dL em relação ao jejum. Estas variações não são observadas nos intolerantes; (são os mais comuns)

Teste genético: quando se suspeita de intolerância primária ou congênita à lactose é possível avaliação gênica para detectar a presença de mutações que proporcionam a característica de persistência da produção de lactase e tolerância à lactose.

Tratamento

A boa notícia é que existem formas de se evitar os sintomas desconfortáveis. “O tratamento consiste na redução da ingestão de lactose presente em laticínios. Este procedimento costuma ser suficiente. Quanto mais intolerante for a pessoa, menor deve ser a quantidade ingerida para que não ocorram sintomas. Saber se o alimento tem lactose e em qual teor é fundamental para o paciente. Para os casos mais graves, existem no mercado produtos com redução de 80% a 90% da lactose”.

Outra alternativa são medicamentos. “Existem remédios com a enzima lactase para o uso quando for preciso ingerir lactose em situações especiais. Ela pode ser encontrada em pó, pílulas ou líquido, e deve ser ingerida logo antes do alimento para a digestão da lactose. Essas medidas, sem dúvida, permitem uma qualidade de vida melhor para quem vivencia o problema”, conclui.

 

Sobre o Vera Cruz Hospital

Há 80 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase sete anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de 2,5 mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.