Estratégia pedagógica alia diversão e aprendizado para estimular o interesse e o desempenho dos estudantes

A gamificação, técnica que aplica elementos de jogos em contextos não lúdicos, tem ganhado cada vez mais espaço nas salas de aula. Segundo sugere um estudo publicado na Science Direct, a gamificação no ambiente escolar pode aumentar a performance dos alunos em até 34%.
Utilizada como estratégia pedagógica, a prática tem se mostrado eficaz para aumentar o engajamento, a motivação e a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. Ao transformar conteúdos em desafios e missões, a gamificação estimula a curiosidade e o raciocínio, promovendo um espaço mais dinâmico e atrativo.
De acordo com a pesquisa “Education Technology Use in Schools” da Education Week Research Center, 74% dos professores afirmam que os jogos digitais educativos aumentam a motivação dos estudantes. O levantamento também indica que o uso dessas ferramentas pode ajudar na retenção de conteúdos e no desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, como colaboração, persistência e resolução de problemas.
No Colégio Anglo Leonardo da Vinci, localizado em São Paulo, a gamificação faz parte do cotidiano dos alunos do ensino fundamental – anos iniciais. Por meio da plataforma Matific, os estudantes têm acesso a jogos e atividades interativas de matemática, que tornam o processo de aprendizagem mais prazeroso e eficaz. O uso da ferramenta estimula o pensamento lógico e a resolução de problemas de forma lúdica e personalizada, respeitando o ritmo de cada criança.
“A Matific permite que nossos alunos pratiquem conceitos matemáticos de maneira divertida e significativa. Isso contribui diretamente para o aumento da autoconfiança e da autonomia deles diante dos desafios propostos. Notamos uma melhora significativa na participação e no desempenho dos alunos desde a implementação da plataforma”, afirma Wagner Venceslau Dias, diretor pedagógico do Colégio Anglo Leonardo da Vinci.
Conforme o diretor, a proposta da gamificação vai além do uso de tecnologias. Professores também têm adaptado atividades tradicionais para formatos de jogos, utilizando pontuação, rankings e recompensas simbólicas como forma de reconhecimento e estímulo. O objetivo é promover uma aprendizagem mais ativa, em que o estudante se torna protagonista do próprio conhecimento.
No contexto pós-pandemia, a busca por novas metodologias para engajar os estudantes se intensificou, e a gamificação se consolidou como uma aliada essencial nesse processo. Com o avanço das tecnologias educacionais e o acesso crescente a plataformas digitais, espera-se que essa estratégia continue evoluindo e se tornando parte fundamental das práticas pedagógicas nas escolas.
“Além de tornar as aulas mais atrativas, a gamificação também contribui para o desenvolvimento da autorregulação emocional, da resiliência e da tomada de decisões. À medida que os alunos enfrentam desafios em ambiente controlado e seguro, aprendem a lidar com erros, a persistir diante das dificuldades e a comemorar suas conquistas. Outro ponto positivo é a possibilidade de personalização do ensino: os jogos adaptam os níveis de dificuldade de acordo com o desempenho individual, respeitando as diferentes formas e ritmos de aprendizagem”, complementa Wagner.
Para começar a aplicar a gamificação no dia a dia escolar, Dias explica que não é necessário um grande investimento em tecnologia. Estratégias simples, como transformar avaliações em competições amistosas, criar missões semanais de leitura ou usar cartões de recompensa por participação, já podem gerar resultados positivos.
“O mais importante é que o aluno se sinta parte de uma jornada, onde cada conquista é valorizada e cada desafio, uma oportunidade de aprender. Vivemos em um tempo em que os estudantes já nascem imersos em um universo digital. Levar elementos desse universo para a sala de aula é uma forma de nos conectarmos com eles e de tornar o aprendizado mais significativo e prazeroso”, conclui o diretor pedagógico.
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