Por Alessandre Cordero

As gerações Z e Millennials, nascidas entre 1980 e 2010, estão impulsionando empresas a repensarem suas ofertas para se alinhar aos novos padrões de consumo. Entre essas mudanças, destaca-se a maneira como elas percebem o conceito financeiro voltado para consórcios, tradicionalmente visto como uma alternativa conservadora e burocrática para a aquisição de bens de alto valor, como imóveis e veículos.
É válido reforçar que as duas gerações compartilham uma característica fundamental: estão altamente conectadas à tecnologia e exigem soluções rápidas, transparentes e digitais para resolver suas necessidades financeiras. Isso porque esses consumidores não apenas cresceram em um ambiente digital, mas também têm um alto grau de familiaridade com o uso de plataformas, redes sociais e tecnologias emergentes.
De acordo com uma pesquisa da Deloitte, 75% dos consumidores da Geração Z e 67% dos Millennials disseram que preferem realizar as suas transações financeiras de forma online. Para essas gerações, qualquer serviço que ainda dependa de canais tradicionais, como atendimento presencial ou processos manuais, está em desvantagem.
Além disso, estão em busca de alternativas financeiras que se ajustem às suas necessidades de forma flexível, sem grandes compromissos ou imposições. No caso do consórcio, essas gerações tendem a ver com bons olhos as opções que permitem ajustar os prazos de pagamento e parcelas.
Segundo um levantamento do BTG Pactual, a Geração Z (18 a 26 anos) começa a investir mais cedo do que os Millennials, com idade média de 22 anos. Apesar do acesso a mais instrumentos financeiros, jovens da classe AB ainda demonstram apego às escolhas tradicionais: 47% preferem a poupança, e 48% optam por ativos de renda fixa.
Em complemento, o estudo aponta que, embora 37% utilizem apenas bancos digitais e 15% mantenham exclusividade com as instituições mais tradicionais, 48% possuem conta em ambos. Isso porque , os jovens priorizam praticidade, usabilidade dos apps e rendimento automático, mas ainda valorizam a segurança de instituições mais consolidadas, mostrando equilíbrio entre inovação e tradição.
Analisando o cenário, para atrair e reter os consumidores dessas gerações, as administradoras de consórcios devem repensar sua abordagem tradicional. Isso significa oferecer alternativas mais flexíveis, transparentes e digitais, que atendam às novas expectativas dos consumidores. As empresas que não acompanharem essas mudanças correm o risco de perder relevância no mercado para fintechs ou outras alternativas financeiras mais ágeis.
Portanto, é possível concluir que o consórcio pode ser uma excelente opção para esses consumidores, mas as administradoras precisam oferecer soluções alinhadas ao perfil de um público mais jovem, exigente e tecnicamente preparado. Por isso, utilizar tecnologias, simplificar processos e garantir flexibilidade nas condições são passos essenciais para conquistar essa nova geração de clientes. Tudo isso vai proporcionar experiência única e atrair um público muito fiel e ávido em utilizar novos serviços financeiros.
Alessandre Cordero é Head de Marketing da Unifisa, empresa brasileira de soluções financeiras, especializada em consórcio.