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Seu coração pode ser décadas mais velho que sua idade, indica estudo. Especialista explica como evitar o problema

A saúde cardiovascular é reflexo do seu estilo de vida e hábitos, a chave para ter um coração melhor e ter uma dieta melhor, destaca o  Médico Cardiologista, Dr. Rafael Marchetti

Você pode ter 40 anos no papel, mas seu coração pode estar batendo como o de alguém com 60 ou até mais, essa é a conclusão de um estudo internacional recente publicado na revista científica European Heart Journal Open, que analisou a idade biológica do coração em relação à saúde geral de cada indivíduo.

A pesquisa foi conduzida por cientistas do Reino Unido, Espanha e Singapura, que usaram ressonâncias magnéticas cardíacas para avaliar 563 participantes em cinco centros globais.

O resultado foi claro: pessoas com doenças como obesidade, diabetes e hipertensão têm corações mais envelhecidos do que a idade cronológica.

Enquanto voluntários saudáveis tinham corações com idade compatível com a real, aqueles com fatores de risco apresentaram, em média, um coração quase cinco anos mais velho. Em casos de obesidade grave, o número chegou a impressionantes 45 anos de diferença.

Um coração que envelhece antes do tempo

A parte mais afetada foi o átrio esquerdo, responsável por receber o sangue oxigenado dos pulmões e enviá-lo ao ventrículo esquerdo, que o bombeia para o restante do corpo. Essa região sofreu alterações precoces e mais acentuadas em pessoas com condições como diabetes e hipertensão.

“Esses dados são um alerta poderoso”, afirma o cardiologista Dr. Rafael Marchetti. “Eles mostram como o estilo de vida impacta diretamente a saúde do coração, acelerando o envelhecimento de um órgão vital mesmo em pessoas jovens”.

5 hábitos nocivos que podem envelhecer seu coração

Dormir mal ou pouco: A privação de sono aumenta a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas;

Excesso de ultraprocessados: Embutidos, salgadinhos, refrigerantes e fast food são ricos em sódio, gorduras ruins e aditivos que inflamam o organismo;

Pular refeições com frequência: Esse hábito pode levar a picos glicêmicos e desregulação hormonal, afetando o metabolismo cardiovascular e podendo causar uma ingestão insuficiente de alguns micronutrientes importantes, como a proteína, por exemplo;

Estresse crônico: O estresse prolongado aumenta os níveis de cortisol, prejudicando os vasos sanguíneos e o coração;

Excesso de bebidas energéticas: O consumo excessivo de cafeína e estimulantes pode elevar a pressão e alterar o ritmo cardíaco.

Como reverter ou desacelerar o envelhecimento do coração?

A boa notícia é que o processo pode ser desacelerado e, em alguns casos, até parcialmente revertido.

A adoção de hábitos saudáveis, com foco na alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, abandono do cigarro e controle do estresse, são medidas essenciais.

“Saber que a idade real do coração pode ser muito diferente do que você imagina pode ser o empurrão que muita gente precisa para mudar de vida”, reforça Dr. Rafael Marchetti. “Com acompanhamento médico e atitudes consistentes, é possível prevenir problemas como infarto, AVC e insuficiência cardíaca”.

Sobre o Dr. Rafael Marchetti

Rafael Marchetti é médico formado pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, com especialização em Cardiologia e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Possui pós-graduação em Medicina do Exercício e do Esporte, certificação internacional em Medicina do Estilo de Vida pelo IBLM e MBA em Gestão de Saúde. Com 20 anos de experiência, já coordenou UTIs cardiológicas e preceptou residência médica. Atualmente, atua no projeto Cardioendocrino & Lifestyle Medicine e no Lapinha Spa. É coautor do livro Revolução Alimentar e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia.