Alta nos preços de celulares novos tem feito com que usuários recorram a aparelhos de segunda mão; prática traz economia, mas tem seus riscos

Celulares são itens indispensáveis nos dias de hoje. Seja para se comunicar, ter acesso a notícias e redes sociais, trabalhar, pagar contas, comprar coisas ou apenas se divertir, não ter um smartphone é praticamente estar offline para tudo. Mesmo sendo algo quase imprescindível e de alta demanda, são objetos caros, cujo acesso, principalmente aos modelos novos, nem sempre é possível.
Os preços praticados hoje
Hoje, o valor médio de um aparelho está na faixa de R$ 2.500 em 2025 – quase o dobro do que foi percebido no ano passado, que era de R$ 1.361, segundo levantamento da agência de mercado International Data Corporation (IDC).
O preço alto fez a venda dos aparelhos novos recuar em 10% em um período de 12 meses. Dólar alto, sanções tarifárias e tecnologias avançadas como 5G e Inteligência Artificial são algumas das causas do encarecimento do produto.
Entre os mais baratos, destacam-se o Xiaomi Redmi Note 12S, o Motorola Moto G14 e o Samsung Galaxy A54, com preços que variam entre R$ 700 e R$ 1.500. Aparelhos premium, como o Samsung Galaxy S23 e o iPhone 13, por sua vez, custam em torno de R$ 3.500. Topos de linha podem custar mais de R$ 5.000, como o Galaxy S24.
O cenário do celular usado no Brasil e no mundo
Logo, o recurso adotado pelos usuários que não podem desembolsar muito em um celular é de optar pelos modelos de entrada ou então por aparelhos seminovos e usados. Hoje, os modelos que custam menos de R$ 1.200 representam quase metade das vendas de smartphones no país, ainda que a faixa dos aparelhos mais baratos tenha sofrido um aumento de 28% no seu preço médio.
A projeção da IDC é de que a venda de celulares usados aumente cerca de 10% ao ano até 2027. Os preços são realmente o fator principal. Nem mesmo a atualização frequente e as tecnologias cada vez mais de ponta têm feito com que usuários gastem mais para ter um smartphone sob sua posse. Afinal, é possível encontrar bons modelos no mercado de usados.
Um fator interessante na preferência por usados tem a ver com a sustentabilidade. Ao evitar que aparelhos usados vão a descarte, reduz-se o impacto ambiental e o lixo eletrônico. Muitos aparelhos, ainda que em não tão bom estado, podem ser recondicionados, devido à gama de peças e técnicas hoje à disposição.
Mesmo mercados gigantes como o dos EUA perceberam esse incremento na venda de celulares de segunda mão. Por lá, a venda de iPhones, como o iPhone 11 de segunda mão, por exemplo, cresceu de 43% para 49% de 2020 para 2025. Plataformas de revenda também têm oferecido valores mais atrativos pelos dispositivos usados, o que tem valorizado os aparelhos de segunda mão.
Quem opta por comprar um celular usado deve, contudo, fazê-lo com responsabilidade e cuidado. É importante comprar de pessoas ou lojas de confiança e fazer tudo ao alcance para garantir que se trata de um aparelho seguro, como realizar um reset completo e atualizá-lo para para as versões mais recentes e, consequentemente, mais seguras.