Especialista do Hospital Moinhos de Vento explica como essa doença silenciosa afeta milhares de brasileiros e pode levar à insuficiência renal irreversível quando não tratada

O que parece ser apenas uma “retenção de líquido” pode mascarar sintomas relacionados à Síndrome Nefrótica, um distúrbio renal caracterizado pela perda excessiva de proteína na urina, condição que pode evoluir para insuficiência renal crônica se não for diagnosticada e tratada precocemente. Tema que ganhou destaque após o cantor Junior Lima usar as suas redes sociais para falar sobre o assunto após a sua filha de 3 anos ser diagnosticada com está condição.
Embora não seja tão conhecida, afeta os rins, estruturas essenciais para a filtragem do sangue, levando à eliminação de proteínas importantes para o corpo. Levando a um conjunto de sinais e sintomas que incluem inchaço generalizado, especialmente ao redor dos olhos, tornozelos e pés, além de urina espumosa devido à alta concentração de proteínas e, frequentemente, aumento do colesterol. Em crianças, a causa mais comum é a “doença de lesões mínimas”, que geralmente responde bem ao tratamento, enquanto em adultos, pode ser secundária a outras condições como diabetes ou lúpus.
“O que torna esta síndrome particularmente preocupante é sua capacidade de progredir insidiosamente. Muitos pacientes procuram ajuda médica apenas quando os sintomas já estão avançados”, explica David Saitovitch, chefe do Serviço de Nefrologia e coordenador do Grupo de Transplante Renal do Hospital Moinhos de Vento.
Embora seja mais comum em crianças de 2 e 6 anos, a Síndrome Nefrótica não escolhe idade. Adultos também podem desenvolvê-la, especialmente pessoas com diabetes, lúpus ou outras doenças autoimunes. No Brasil, estima-se que milhares de pessoas convivam com a condição sem saber, atribuindo os sintomas iniciais a causas menos preocupantes. “Importante ressaltar que, com o tratamento correto, a maioria dos casos pode ser controlada efetivamente, preservando a função renal e permitindo que os pacientes tenham uma vida normal”, destaca o especialista. “No entanto, quando o diagnóstico é tardio, podemos estar diante de danos renais irreversíveis.”
Quais são os sinais de alerta que não devem ser ignorados?
- Inchaço persistente no rosto, especialmente ao redor dos olhos, principalmente pela manhã
- Inchaço nas pernas, tornozelos e pés que não melhora com repouso
- Urina espumosa ou com aparência leitosa
- Ganho de peso súbito e inexplicável
- Fadiga e fraqueza constantes
- Perda de apetite
Diagnóstico e tratamento
Para um diagnóstico preciso da Síndrome Nefrótica é imprescindível exames laboratoriais especializados de urina e sangue, biópsia renal, ultrassonografia dos rins e teste genético – em casos de suspeita de causas hereditárias, especialmente em recém-nascidos e bebês –, atrelado a um acompanhamento multidisciplinar. “No Moinhos de Vento, o nosso protocolo integrado permite não só um diagnóstico mais assertivo, mas também a identificação da causa subjacente, o que é fundamental para o tratamento direcionado”, explica o nefrologista.
O tratamento pode incluir medicamentos imunossupressores, corticosteroides, controle rigoroso da pressão arterial e modificações dietéticas específicas. “Cada paciente recebe um plano terapêutico personalizado, considerando a idade, causa da síndrome e resposta individual ao tratamento”, complementa.
Um futuro de esperança para pacientes e familiares
Com o avanço das terapias e o diagnóstico precoce, o prognóstico da Síndrome Nefrótica tem melhorado significativamente. Crianças com a forma mais comum da doença têm taxa de remissão de até 90% quando tratadas adequadamente. Em adultos, embora o tratamento possa ser mais desafiador, a estabilização da função renal e o controle dos sintomas são objetivos alcançáveis na maioria dos casos.
“Queremos que as famílias saibam que existe esperança. A Síndrome Nefrótica, quando diagnosticada precocemente, não precisa ser uma sentença de vida limitada. Com o tratamento correto, nossos pacientes retomam suas atividades normais e mantêm qualidade de vida”, afirma o médico.
O Hospital Moinhos de Vento reforça a importância da conscientização sobre a Síndrome Nefrótica e orienta que, diante de qualquer sintoma suspeito, a busca por avaliação médica especializada não deve ser adiada. “Cada dia pode fazer a diferença entre a preservação ou a perda progressiva da função renal”, aconselha David Saitovitch.
Sobre o Hospital Moinhos de Vento
Com o propósito de cuidar das pessoas, integrando assistência, pesquisa e educação, o Hospital Moinhos de Vento, fundado em 1927, foi o segundo hospital do país acreditado pela Joint Commission International (JCI), sendo reacreditado pela oitava vez consecutiva em 2023. Possui um dos parques robóticos multiplataforma mais diversificados da América Latina. É referência nacional em práticas sustentáveis no setor hospitalar, sendo a primeira instituição do Brasil a construir, em seu complexo, uma Central de Transformação de Resíduos. É um dos seis de referência do Brasil segundo o Ministério da Saúde e o único fora do eixo-SP a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Melhor hospital da Região Sul e quarto melhor hospital do País, de acordo com a revista Newsweek, e melhor empresa do País no segmento Saúde no Anuário Época Negócios. Recentemente, o Hospital Moinhos de Vento conquistou mais dois importantes reconhecimentos na América Latina: foi eleito pela Latam Business Conference o terceiro melhor do continente e o segundo melhor do Brasil no Top Ranking Latam Best Hospitals. Em outro ranking, elaborado pela Intellat, Moinhos foi o segundo melhor da América Latina em telemedicina e experiência do paciente. É referência nacional em práticas sustentáveis no setor hospitalar, sendo a primeira instituição do Brasil a construir, em seu complexo, uma Central de Transformação de Resíduos. Também conta um dos parques robóticos multiplataforma mais diversificados da América Latina. Saiba mais no nosso site e nos siga no LinkedIn e Instagram.
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