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Frio e fome: por que sentimos mais vontade de comer no inverno?

Especialista explica como a queda das temperaturas influencia nosso apetite e como manter o equilíbrio nessa época do ano

imagem: Shutterstock

 

Basta o termômetro cair para que as comidas mais calóricas e reconfortantes ganhem espaço à mesa. Caldos, massas, chocolates e outros pratos quentes parecem ainda mais irresistíveis durante o inverno. Mas por que isso acontece? A resposta está em uma combinação de fatores fisiológicos e comportamentais que fazem do frio um gatilho natural para o aumento da fome.

“Quando a temperatura ambiente diminui, nosso corpo precisa gastar mais energia para manter a temperatura interna estável, o que eleva ligeiramente o gasto calórico. Esse ajuste, somado ao conforto emocional associado a determinados alimentos, pode estimular o apetite”, explica a nutricionista Nathalia Maria Ribeiro Rodrigues, especialista em nutrição funcional e esportiva.

De acordo com a profissional, o desejo por comidas mais calóricas e ricas em carboidratos tem relação direta com o aumento da produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. “O frio costuma vir acompanhado de dias mais cinzentos e menor exposição solar, o que pode afetar o humor. Alimentos mais densos em energia acabam sendo procurados como forma de compensação emocional”.

Outro ponto importante, segundo a nutricionista, é o impacto do clima sobre a rotina: com menos disposição para atividades ao ar livre e maior tempo em ambientes fechados, muitas pessoas acabam reduzindo o nível de atividade física, criando um ciclo que favorece o ganho de peso.

A boa notícia é que é possível manter uma alimentação nutritiva e aconchegante durante o inverno sem cair em excessos. A chave, segundo a especialista, está na escolha dos ingredientes e na escuta ativa do corpo. “Trocar os carboidratos refinados por opções integrais, apostar em caldos ricos em legumes, incluir fontes de proteína magra e usar especiarias como cúrcuma, gengibre e canela são estratégias que trazem saciedade, aquecem e ainda fortalecem a imunidade”, orienta.

Além disso, Nathalia reforça a importância de manter a hidratação mesmo quando a sede parece menor. “Com o frio, a tendência é beber menos água, mas a hidratação é essencial para o bom funcionamento do metabolismo e para evitar retenção de líquidos”.

Por fim, a especialista destaca que o inverno não deve ser visto como um vilão da alimentação, e sim como uma oportunidade para repensar escolhas. “O importante é manter o equilíbrio: ouvir os sinais do corpo, buscar conforto sem culpa e entender que comer bem também é uma forma de autocuidado”.

Sobre
Nathalia Maria Ribeiro Rodrigues é nutricionista clínica formada pela PUC Goiás, atua com foco em nutrição funcional, emagrecimento, nutrição estética e esportiva. Possui formação internacional como Coach em Nutrição Esportiva pela Link Education (EUA). Com abordagem integrativa e individualizada, acompanha pacientes com foco em resultados sustentáveis e melhora da qualidade de vida.