A escalada acelerada da inteligência artificial também impulsiona uma corrida global por infraestrutura de alta capacidade. Nesse cenário, o Brasil já se posiciona como protagonista na América Latina, chamando a atenção de gigantes da tecnologia para a instalação de complexos de data centers. O movimento abre caminho para que o país se consolide como um centro estratégico de inovação nas Américas.
Projeções do governo federal apontam que o setor pode atrair até R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década, o que deve ser impulsionado pelo plano RE-Data, que prevê incentivos fiscais e isenções tributárias para equipamentos. Projetos ambiciosos, como o Rio AI City (RJ), o Scala AI City (RS) e os centros da RT-One (MG e PR), ilustram o impacto direto no desenvolvimento econômico e tecnológico.
Todo esse avanço traz responsabilidades importantes. A chegada de centros de inteligência artificial, com uma demanda de energia que pode ser até 100 vezes maior que a dos data centers tradicionais, acende o alerta para a necessidade de equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade. Questões como o consumo energético elevado, o uso intensivo de refrigeração e os impactos sobre recursos hídricos precisam ser consideradas desde o início dos projetos.
Segundo Maurício Cesar Luiz, Chief Operations Officer da NAVA, a digitalização, irreversível, demanda planejamento e compromisso. Mas é possível impulsionar um desenvolvimento tecnológico sustentável. “Para isso, é essencial exigir o uso de energia renovável, gestão hídrica e compensações ambientais. A própria IA pode otimizar recursos, prever picos de consumo e reduzir impactos. O Brasil tem a oportunidade de liderar esse processo com inteligência e consciência”, afirma o executivo
Hoje, o Brasil ocupa a 12ª posição no ranking global de data centers voltados à nuvem e se prepara para alçar posições nesse ranking, através da liderança pelo exemplo e a construção de uma infraestrutura digital que combine inovação tecnológica com responsabilidade ambiental e social.
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