Quando um candidato envia seu currículo hoje, ele pode ser avaliado de duas formas: por sistemas de triagem e filtros automáticos usados por algumas empresas, e pelo olhar atento de recrutadores que analisam cada detalhe. Em ambos os casos, declarar (e comprovar) competências em inglês deixou de ser apenas um diferencial, é cada vez mais um critério que pesa na seleção e influencia diretamente a remuneração.
O Brasil segue com proficiência em inglês considerada baixa, segundo o EF English Proficiency Index 2024, um indicador que expõe a distância entre o que o mercado exige e o que muitos candidatos oferecem. Estudos de mercado mostram que profissionais com domínio do idioma chegam a ganhar até 60% mais, de acordo com levantamento da plataforma Catho. Ou seja: além de abrir portas, o inglês impacta no bolso.
Para André Belz, CEO da Rockfeller Language Center, entender como transmitir essa competência no currículo é tão importante quanto aprender o idioma. “Hoje o currículo precisa falar duas línguas: a do mercado e a da clareza. Saber expressar corretamente seu nível de inglês, seja para passar por um filtro automatizado ou para convencer um recrutador, aumenta as chances de ser chamado para a entrevista e se destacar no mercado de trabalho. Palavras-chave como ‘English’, ‘Intermediate’ ou certificações internacionais, quando usadas de forma correta e verdadeira, tornam seu perfil mais atrativo”, afirma.
4 passos para destacar seu inglês e conquistar a atenção de recrutadores
1. Descreva claramente seu nível: use exemplos como “Inglês avançado — TOEFL/IELTS/C1” ou “Inglês intermediário — conversação e leitura técnica” para transmitir com precisão suas habilidades.
2. Comprove o que diz: inclua certificações reconhecidas ou cursos com avaliação oficial, isso transmite credibilidade para recrutadores e empresas.
3. Mostre uso prático: destaque experiências reais em que usou o inglês, como atendimento a clientes internacionais, participação em reuniões globais ou elaboração de relatórios técnicos.
4. Pesquise a demanda do seu setor: áreas como tecnologia, comércio exterior, finanças, marketing digital e turismo tendem a exigir mais o idioma e oferecer melhores salários para quem o domina.
“Andar com fluência no inglês é estratégico: é visibilidade no LinkedIn, é ser encontrado por recrutadores internacionais, é acesso a vagas que pagam melhor. Para jovens em início de carreira e para profissionais em transição, aprender inglês não é mais opcional, é investimento com retorno real”, finaliza Belz.