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Entenda como a tecnologia auxilia as pessoas com deficiência ou neurodivergentes

Tecnologias assistivas passam a utilizar IA, entre outros recursos, para trazer mais autonomia e independência para pessoas com deficiência

Créditos: portokalis/iStock

A tecnologia é uma grande aliada na hora de automatizar e simplificar tarefas, principalmente aquelas relacionadas ao trabalho. Tarefas complexas podem ser reduzidas a poucos cliques ou a um simples prompt, como no caso da Inteligência Artificial. Contudo, a tecnologia tem oferecido uma ajuda maior ainda para pessoas com dificuldade mesmo na execução de tarefas simples.

É o caso de pessoas com deficiência, que, por conta de restrições visuais, táteis, intelectuais ou na fala, não conseguem desempenhar tão bem mesmo em tarefas cotidianas. Mas as chamadas tecnologias assistivas têm se desenvolvido rapidamente e beneficiado milhões de pessoas, dando mais confiança e autonomia para estudar, trabalhar e viver a vida.

O que são as tecnologias assistivas?

As tecnologias assistivas podem se dividir entre aquelas de alta tecnologia e de baixa tecnologia. Sendo assim, uma muleta é considerada uma tecnologia assistiva. Mas são as de alta tecnologia que têm realmente mudado os rumos atualmente. O advento da inteligência artificial, por exemplo, promete inovações nunca vistas antes.

Recentemente, o Brasil lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que prevê investimentos de mais de R$ 20 bi em áreas como educação. Através dele, foram propostas inovações, como o text-to-speech, tecnologia que traz acessibilidade para alunos com deficiência ao transformar texto em fala.

Medidas como esta ajudam a mudar um triste cenário: 20% dos deficientes visuais, que somam cerca de 6 milhões de pessoas no Brasil, são analfabetos, enquanto apenas 4,5% da população sem deficiência não sabe ler nem escrever. A falta de ferramentas que garantam a acessibilidade é um dos problemas que causam tamanha discrepância.

Outra tecnologia sendo desenvolvida no Centro de Tecnologia da Informação, em Campinas, referência em tecnologia assistiva, é a impressão de placas 3D em braille. Um software transcreve um texto escrito para braille, salvando o resultado em um arquivo que pode ser impresso em qualquer impressora 3D.

Um trabalho importante também realizado no CTI, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, é a criação de uma IA capaz de mapear todos os alunos com deficiência matriculados na rede pública de ensino de São Paulo. Através dos dados obtidos, professores e gestores podem saber como individualizar as necessidades de cada aluno e trabalhar de acordo.

Auxílio aos neurodivergentes

Isso é especialmente válido para os alunos autistas. Como há uma variedade de espectros do transtorno, saber o que cada aluno precisa de antemão ajuda no aprendizado em sala de aula.

Recentemente, outras iniciativas tecnológicas importantes têm auxiliado também pessoas que possuem TDAH.

Uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria e a assistente virtual da Amazon, a Alexa, fez da IA uma tecnologia assistiva. O feito foi integrar as funcionalidades da assistente, como ajuda no gerenciamento de tempo através de lembretes, criação de listas e auxílio nas emoções através de mensagens e músicas relaxantes, à rotina de quem tem TDAH.

Afinal, a sobrecarga de tarefas pode ser desafiadora para quem TDAH ou outras neurodivergências. Facilitar a rotina por meio de tecnologias assistivas ou mesmo utilizar recursos como o Pix automático para o pagamento de contas e, dessa forma, diminuir a carga de preocupações auxilia em uma vida com mais autonomia e organização.