Segundo especialista, competições estimulam habilidades práticas, aumentam a visibilidade profissional e podem até substituir meses de aprendizado teórico
Participar de desafios, olimpíadas acadêmicas e hackathons tem se tornado uma das formas mais eficazes de acelerar a carreira, especialmente para quem está começando na área de tecnologia. Mais do que competições, esses ambientes funcionam como laboratórios de aprendizado, networking e desenvolvimento profissional. É o que afirma Jessica Monteiro, head de Projetos e Growth do Movimento Tech 2030, coalizão que reúne organizações para promover inclusão e impacto social por meio da tecnologia.
De acordo com Jessica, o grande diferencial desses formatos é o foco em resolver problemas reais. “Em uma competição, o participante é desafiado a entregar resultados em pouco tempo, em condições muito próximas das do mercado. Isso acelera o aprendizado e desenvolve habilidades que dificilmente seriam adquiridas apenas em sala de aula”, explica.
Nos últimos anos, grandes empresas têm investido em hackathons e maratonas de inovação como forma de identificar novos talentos e fomentar soluções criativas. Competições organizadas por Google, Microsoft e AWS já renderam contratações imediatas de participantes, e iniciativas como a Imagine Cup, promovida pela Microsoft, tornaram-se vitrines internacionais para jovens desenvolvedores. No Brasil, a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP) é outro exemplo de programa que revela talentos e impulsiona trajetórias acadêmicas e profissionais.
Além do aprendizado técnico, as competições também funcionam como um espaço de visibilidade e conexão com o mercado. Professores, mentores e profissionais de grandes empresas costumam atuar como avaliadores, criando oportunidades de contato direto entre talentos e recrutadores. “É uma vitrine prática: as empresas veem o candidato em ação, resolvendo problemas reais, e não apenas no papel do currículo”, destaca Jessica.
Outro ponto valorizado pelos especialistas é o aprendizado interdisciplinar. Em hackathons e desafios, equipes são formadas por pessoas de diferentes áreas – tecnologia, negócios, design, comunicação –, o que estimula a colaboração e amplia a visão de mercado. Essa integração, segundo Jessica, prepara os participantes para contextos complexos e para as demandas do trabalho em equipe que predominam nas empresas de tecnologia.
Participar de competições também ajuda no desenvolvimento pessoal. Ao lidar com feedbacks constantes e aprender a corrigir erros rapidamente, o participante fortalece a autoconfiança e a resiliência. “Essas experiências formam profissionais mais preparados para desafios reais e mais conscientes de suas próprias capacidades”, afirma.
Segundo levantamento do Movimento Tech 2030, a participação em maratonas e desafios tem crescido entre jovens e profissionais em transição de carreira. Só a Maratona Tech, iniciativa realizada pela organização, já impactou mais de 670 mil jovens em quatro anos, conectando talentos a oportunidades de capacitação e empregabilidade no setor de tecnologia.
Para a especialista, competir é mais do que buscar reconhecimento: é uma forma concreta de aprendizado e crescimento. “Quem se arrisca em um desafio está mostrando ao mercado que quer aprender, colaborar e evoluir. É uma das formas mais práticas de investir no futuro da própria carreira”.
Sobre o Movimento Tech 2030
O Movimento Tech é uma coalizão brasileira, formada por mais de 70 instituições, dedicada a reduzir as lacunas educacionais e preparar jovens e adultos para o futuro do trabalho em um mundo cada vez mais digital. Promove acesso à conectividade e infraestrutura, capacitação profissional (upskilling e reskilling) e empoderamento econômico, conectando talentos a oportunidades de trabalho e geração de renda. O Movimento é mantido por iFood, Mercado Livre e Instituto Coca-Cola e conta com o apoio de organizações como IBM, Boticário, Oracle, AWS, Instituto Localiza, CI&T e Google. Mais informações: www.movtech.org.