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Lucro oculto: Como empresários deixam milhões na mesa por desconhecimento tributário

Relatórios do IBPT mostram que 95% das empresas brasileiras pagam mais tributos do que deveriam. Especialista lista seis sinais de alerta sobre pagamento inadequado de imposto

Por que decisão do STF sobre Lei Magnitsky pode impactar bancos e empresas brasileiras com operações nos EUA? Imagem de pch.vector no Freepik

Relatórios do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revelam que 95% das empresas brasileiras recolhem tributos acima do necessário, por falhas de apuração, desconhecimento de benefícios legais ou enquadramento equivocado no regime fiscal. O dado reforça a percepção de que milhões de reais deixam de ser aproveitados todos os anos e permanecem nos cofres públicos por falta de planejamento adequado.

“Existe uma diferença brutal entre pagar imposto e pagar certo. Muitos empresários focam apenas em cumprir a obrigação fiscal, mas não avaliam se estão recolhendo o que realmente é devido”, afirma Maynara Fogaça, estrategista tributária e referência nacional em auditoria de crédito tributário.

Segundo a especialista, empresas enquadradas no lucro real e presumido são as que mais ignoram créditos legais. No lucro real, é comum deixar de se apropriar de créditos de PIS e Cofins sobre insumos, energia elétrica, fretes e serviços. Já no lucro presumido, oportunidades como a exclusão de receitas não tributáveis e a reclassificação contábil passam despercebidas. “Esses ajustes reduzem a carga tributária de forma legal, mas dependem de auditoria técnica”.

A legislação autoriza a revisão tributária dos últimos cinco anos, com possibilidade de restituição administrativa ou compensação com débitos futuros. Para Maynara, o processo não deve ser encarado como medida emergencial, mas como estratégia de inteligência financeira. “A revisão precisa deixar de ser emergencial e passar a fazer parte da estratégia. Empresas maduras já entenderam que revisar tributos é ferramenta de crescimento, não apenas correção de erros”, destaca.

Além do potencial de recuperação, a adoção de auditorias periódicas e rotinas preventivas se tornou ainda mais relevante com o avanço da reforma tributária e o uso de tecnologias de cruzamento de dados pela Receita Federal. “Empresas que crescem com solidez não abrem mão de auditorias frequentes justamente porque entendem que estar em dia com a legislação tributária é pré-requisito para expandir com segurança”, conclui a tributarista ao listar seis sinais de alerta para identificar se a empresa paga imposto a mais:

  1. Margem de lucro apertada mesmo com receita em crescimento.
  2. Dificuldades no fluxo de caixa sem queda proporcional nas vendas.
  3. Escolha de regime tributário sem análise comparativa entre lucro real, presumido ou Simples Nacional.
  4. Ausência de revisão fiscal nos últimos cinco anos, deixando de reaver valores passíveis de restituição.
  5. Desconhecimento ou não utilização de créditos tributários, como PIS e Cofins sobre insumos, energia elétrica, fretes e serviços contratados.
  6. Inconsistências contábeis não revisadas, que podem gerar pagamentos a maior ou multas em fiscalizações.

Sobre Maynara Fogaça

Maynara Fogaça é tributarista, especialista em gestão tributária e referência nacional em Auditoria de Crédito Tributário, com mais de 23 anos de experiência e mais de R$200 milhões recuperados para empresas. É CEO da Visão Tributária e da Mais Tributário, além de fundadora do Visão Tax, maior evento de empreendedorismo tributário do interior paulista. Formada em Direito, com pós em Gestão Tributária, atua como mentora e palestrante, ajudando empresários e contadores a transformarem o caos fiscal em lucro. Sua abordagem estratégica vai além da contabilidade tradicional, com foco em resultados reais.

Para mais informações, visite o site, Instagram ou pelo Linkedin.

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