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Chia, linhaça e outras sementes: por que incluir no cardápio

Chia, linhaça e outras sementes: por que incluir no cardápio
foto: Pexels

Você sabia que incluir sementes no dia a dia pode transformar sua alimentação? Além da chia, vale a pena conhecer os benefícios de outras opções, como a linhaça no cardápio, que também é rica em fibras, antioxidantes e gorduras boas.

A começar pela riqueza nutricional, que tem sido esmiuçada em pesquisas de várias partes do mundo. Um estudo australiano, publicado recentemente no periódico científico “Annals of Botany”, avaliou as características da chia mostrando seus benefícios para a saúde.

“Ainda que o trabalho mostre que existem algumas diferenças nos teores de nutrientes, de acordo com o solo e o clima do local de cultivo, a semente da chia concentra diversos compostos protetores”, ressalta a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Entre as substâncias mencionadas na revisão, estão sais minerais como fósforo, potássio, cálcio, zinco, magnésio, cobre e ferro. Mistura que, entre outros benefícios, colabora para a saúde dos ossos.

Compostos fenólicos, reconhecidos por suas propriedades antioxidantes, também aparecem no artigo. Nomes complicados, como ácido rosmarínico, kaempferol, genisteína e daidzeína, são mencionados e, juntos, eles blindam as células dos efeitos nocivos do excesso de radicais livres, ajudando a combater danos como o envelhecimento precoce.

Outro nutriente apontado pelos cientistas é a proteína. Isso não significa, no entanto, que a chia deve ser encarada como substituta de carnes ou feijões. “Ela entra como um complemento e não como fonte proteica”, avisa a nutricionista.

Mas o maior destaque vai para a presença de ômega-3, um tipo de gordura, ou, como preferem os especialistas, um ácido graxo da família dos poli-insaturados. Não faltam evidências sobre os efeitos anti-inflamatórios e protetores às artérias, ajudando a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

A semente incrementa o cardápio com o ômega-3, já que nem sempre os pescados ricos no nutriente são acessíveis. “Como certos peixes são criados em cativeiro, isso pode interferir com a quantidade da substância”, diz Giuliana.

E vale lembrar que as sementes também desempenham papéis essenciais na agricultura e na produção de alimentos. Um bom exemplo é a semente de soja, cuja qualidade depende diretamente da genética e do solo, mostrando como o cultivo correto pode influenciar tanto o valor nutricional quanto o impacto ambiental dos alimentos que chegam à nossa mesa.

Chia e outras sementes no dia a dia

Oriunda da América Central, conta-se que a chia era bastante consumida entre os povos pré-colombianos, mas, com a chegada dos espanhóis, foi banida. Para nossa sorte, continuou sendo cultivada meio às escondidas, em escala menor e tem conquistado atualmente cada vez mais popularidade.

Uma dica para a hora da compra é preferir embalagens fechadas e escolher marcas conhecidas no mercado — produtos vendidos a granel nem sempre revelam sua procedência. Em casa, os grãozinhos devem ficar em recipientes bem tampados e em locais escuros para garantir que todas as suas propriedades se mantenham.

“Bastante versátil, ela pode ser hidratada em água, leite, e outras bebidas para adquirir a consistência gelatinosa”, ensina a especialista. Inclusive, nessa versão a semente favorece ainda mais a microbiota intestinal e entra em receitas de pudim e preparações veganas, no lugar do ovo. Seca, vai bem salpicada em frutas, saladas, sopas e na tapioca.