A capital catarinense vai além do mar e da areia, escondendo narrativas, tradições e espaços cheios de história que merecem ser explorados com calma
Quando pensamos em Florianópolis, muitas vezes, a imagem que vem à mente é de dunas douradas beijadas pelo Atlântico, surfistas sob o sol ou pôr do sol refletido nas águas da Lagoa da Conceição. No entanto, caminhar pelas ruas do Centro Histórico ou pelos bairros mais antigos da ilha é como folhear um livro que mistura capítulos sobre colonização, arte e folclore. Essas experiências culturais revelam uma cidade com camadas tão ricas quanto sua orla é extensa.
Começar pelo coração urbano da cidade ajuda a entender como essa ilha, batizada de “Ilha da Magia”, cresceu a partir de tradições diversas. A Praça XV de Novembro é um desses lugares em que o tempo parece dançar entre o passado e o presente. O piso de petit pavê estampado com motivos folclóricos e as árvores que foram testemunhas silenciosas das mudanças da cidade convidam o visitante a pausar e imaginar as histórias que esse espaço guarda. Ali perto, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora do Desterro ergue suas fachadas herdadas de séculos passados.
A poucos passos dali, está o Mercado Público Municipal, um verdadeiro coração pulsante da vida cultural de Florianópolis desde o final do século XIX. Mais do que destino gastronômico, o mercado reúne artesãos, músicos e moradores em um vaivém que lembra um concerto urbano pertencente a todos. Nos corredores repletos de cores e cheiros, é possível observar apresentações folclóricas e encontros espontâneos de samba ou boi de mamão, manifestação tradicional da ilha.
Para quem gosta de arte visual, o Museu de Arte de Santa Catarina abriga quase dois mil trabalhos que desembarcam o visitante em diferentes épocas da criação artística, tanto de artistas locais quanto de nomes consagrados internacionalmente.
Outra peça importante do mosaico cultural local é o Museu Victor Meirelles, dedicado à memória de um dos mais influentes pintores do Romantismo brasileiro. Montado na antiga casa do artista, o museu guarda obras que transitam entre paisagens que parecem sussurrar histórias e cenas históricas que traduzem momentos vivos da formação do país.
Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha representam capítulos vivos da herança açoriana em Florianópolis. As casas coloridas e as feiras de artesanato que florescem aos finais de semana parecem pinceladas que revelam a cultura portuguesa que chegou ao litoral sul‑brasileiro no século XVIII.
O Museu Estação do Mar, embora mais recente, funciona como uma ponte entre passado e presente, mostrando a relação do homem com o ambiente marinho desde tempos pré‑históricos até hoje. A exposição com fósseis e artefatos faz pensar que a cultura de Florianópolis nasceu junto das ondas que lambem suas praias.
Na prática, muitos visitantes optam por roteiros a pé que conectam esses pontos, transformando o passeio em uma colcha de retalhos de experiências sensoriais e narrativas históricas. Caminhar por ruas de pedra, observar azulejos antigos e sentar‑se em um café para observar o cotidiano são tão enriquecedores quanto visitar um museu.
Planejar a chegada à cidade também faz parte da experiência. Optar pelo ônibus Porto Alegre – Florianópolis é uma alternativa prática para quem quer explorar o turismo cultural de Florianópolis com conforto e economia, permitindo iniciar essa imersão histórica já no trajeto entre duas capitais importantes do Sul.
Florianópolis, assim, se revela como mais do que uma vitrine de praias paradisíacas: é um livro aberto de narrativas, tradições e manifestos culturais que convidam o visitante a desacelerar, olhar ao redor e descobrir as histórias que fazem dessa ilha um caldeirão de identidade.
