IAAPA aponta que tecnologia, sustentabilidade e identidade local devem impulsionar o turismo de entretenimento no Brasil

O Brasil vive um momento histórico no turismo. Entre janeiro e novembro de 2025, o país recebeu 8,3 milhões de visitantes internacionais, número 40% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. A expectativa é encerrar o ano superando a marca de 9 milhões de entradas, segundo dados da Embratur e do Ministério do Turismo.
Esse fluxo recorde de turistas injetou cerca de US$ 6,6 bilhões na economia brasileira em receitas cambiais, conforme o Banco Central. Já o faturamento do setor, impulsionado também pelas viagens domésticas, somou R$ 108 bilhões apenas no primeiro semestre, de acordo com IBGE e FecomercioSP.
Dentro desse cenário aquecido, o segmento de parques e atrações turísticas se destaca como um dos protagonistas. O Brasil lidera o mercado latino-americano, atraindo cerca de 117 milhões de visitantes por ano em parques aquáticos, temáticos e atrações turísticas, além de gerar mais de 142 mil empregos diretos e movimentar US$ 6,8 bilhões anualmente.
Com esse panorama, a Associação Global da Indústria de Atrações (IAAPA) elenca as principais tendências que devem orientar a evolução do setor em 2026, reforçando que o público volta a ocupar o papel central das experiências.
Transformação do talento humano
O desenvolvimento de talentos especializados e a diversidade geracional estão mudando a forma como parques recrutam, capacitam e cuidam de suas equipes. A indústria reconhece que a experiência do visitante começa internamente, com profissionais engajados e motivados. O fortalecimento do sentimento de pertencimento é visto como peça-chave para entregar experiências memoráveis.
Compromisso com a sustentabilidade
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma meta futura e passou a ser uma exigência do presente. Segundo a IAAPA, 71% de seus membros consideram o tema prioritário, adotando medidas como eficiência energética, redução de resíduos e uso de materiais responsáveis. O setor também amplia ações de impacto social e reforça práticas de governança e transparência.
Inovação frente às mudanças climáticas
Eventos climáticos extremos, como ondas de calor e chuvas intensas, estão redefinindo o design e a operação dos espaços. A criação de áreas sombreadas, atrações climatizadas, sistemas de alerta e políticas de proteção ao visitante torna-se fundamental para manter a qualidade da experiência sem perder a essência do entretenimento.
Tecnologia integrada à experiência humana
A tecnologia avança para complementar, e não substituir, a experiência presencial. Realidade aumentada, filas virtuais, mapas interativos, pagamentos por aproximação e gamificação tornam a visita mais fluida e imersiva, permitindo que o visitante aproveite o parque com mais tranquilidade e conforto.
Autenticidade e identidade local
O público busca vivências autênticas e conectadas à cultura local. Gastronomia típica, celebrações regionais e narrativas que valorizam a identidade cultural tornaram-se diferenciais competitivos. A personalização de roteiros, recomendações e ofertas ajuda a transformar cada visita em uma experiência única.
No Brasil, essas tendências ganham ainda mais relevância. Reconhecido pela hospitalidade e conexão humana, o país vive um momento estratégico para fortalecer sua oferta turística. “Dos parques temáticos às atrações culturais, a indústria brasileira está incorporando essas tendências globais para criar experiências que refletem sua identidade única: proximidade, diversidade e calor humano. Temos a oportunidade de nos tornarmos referência regional em entretenimento consciente, sustentável e profundamente personalizado”, afirma Paulina Reyes, vice-presidente e diretora executiva da IAAPA para a América Latina e o Caribe.
