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Energia solar ganha força no Brasil, mas ainda levanta dúvidas sobre custo e retorno

Sustentável e cada vez mais popular, a energia solar atrai consumidores atentos ao meio ambiente e à economia, mas exige planejamento para compensar o investimento inicial

Créditos: chuyu/iStock

 

Nos últimos anos, a energia solar deixou de ser um recurso alternativo e passou a ocupar um espaço real no dia a dia de brasileiros e brasileiras. A tecnologia, que transforma a luz do sol em eletricidade, vem se espalhando por telhados de casas, comércios e até zonas rurais, em um país no qual o sol brilha forte quase o ano inteiro – e em que a conta de luz pesa cada vez mais no bolso.

Esse avanço pode ser medido. Em 2024, o Brasil superou a marca de 37 gigawatts (GW) de capacidade instalada em energia solar, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para efeito de comparação, isso representa quase o triplo da potência da usina de Itaipu, uma das maiores hidrelétricas do mundo.

O que move muitos consumidores é, claro, o alívio na fatura. Um estudo recente da Sicredi aponta que a redução na conta de luz pode chegar a 95% após a instalação do sistema solar. Em um cenário de reajustes médios de 10% ao ano nas tarifas, segundo a Aneel, esse tipo de economia tem atraído a atenção de quem busca mais previsibilidade financeira.

Vantagens e entraves do sistema solar

Além do apelo financeiro, há o fator ambiental. A energia solar é uma fonte limpa, renovável e praticamente inesgotável, especialmente em um país tropical como o Brasil. Outro ponto positivo está na manutenção: depois de instalado, o sistema exige cuidados mínimos.

Mas nem tudo são flores. O custo inicial ainda é considerado alto. De acordo com o Portal Solar, um sistema residencial pode custar entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, o que exige planejamento e, em muitos casos, financiamento. Mesmo assim, o retorno costuma vir. Simulações realizadas pela Solar dos Pomares, em 2024, com base em perfis de consumo de várias regiões do país, indicam que o investimento se paga entre quatro e sete anos.

A eficiência do sistema também depende de fatores como localização e condições climáticas. Em dias nublados ou chuvosos, a geração pode cair. E a instalação exige espaço – nem todo telhado comporta os painéis necessários para garantir uma boa performance.

Vale a pena?

Cada caso é um caso. Mas, aos poucos, a resposta tem sido sim para um número crescente de brasileiros. Mesmo com as mudanças trazidas pela Lei nº 14.300/22, que alterou o modelo de compensação dos créditos de energia, a energia solar continua sendo uma alternativa interessante.

É o que mostra um levantamento da Associação Bahia Solar, publicado em 2024, destacando que a economia e os benefícios ambientais continuam relevantes mesmo diante das novas regras.

Antes de realmente contratar o serviço de energia solar ou instalar painéis solares em casa, é importante entender o que é a energia solar, vantagens e desvantagens. Avaliar o próprio consumo, as condições do imóvel e os objetivos com o investimento é essencial para tomar uma decisão que faça sentido em longo prazo.

A energia solar não é uma solução milagrosa, mas, para quem planeja bem, pode ser uma escolha inteligente. Boa para o planeta e melhor ainda para o bolso.