O Dr. Michel Farah fala sobre os sintomas da doença ocular e os avanços no tratamento para controlar a progressão da doença

O Dia Nacional do Diabetes, lembrado em 26 de junho, chama a atenção para a importância de manter os níveis de glicemia sob controle para melhorar a qualidade de vida do paciente e prevenir condições ainda mais preocupantes. Uma delas é a retinopatia diabética, doença ocular que sem o tratamento adequado pode resultar em perda irreversível da visão.
O Prof. Dr. Michel Farah, oftalmologista do H.Olhos unidade CEOSP, da rede Vision One, explica que “a retinopatia diabética ocorre quando os altos níveis de açúcar presentes no organismo danificam os vasos sanguíneos da retina, uma fina camada de tecido sensível à luz, localizada na parte de trás do olho, responsável por captar as imagens e transmiti-las ao cérebro”.
De acordo com o médico, “a doença ocular pode avançar em estágios, inicialmente de uma forma mais leve, com sintomas inexistentes ou muito discretos, até chegar a uma forma mais grave, em que novos vasos sanguíneos anormais crescem na retina e podem levar a complicações, como hemorragias e, nos casos mais graves, cegueira”.
“A principal medida para a prevenção da retinopatia diabética é realizar o controle rigoroso da glicemia”, alerta o oftalmologista, que chama a atenção para os principais sintomas, que geralmente surgem nos estágios mais avançados:
– visão turva ou embaçada;
– ver manchas ou pontos escuros;
– enxergar flashes de luz;
– perda de visão gradual ou repentina;
– dificuldade para enxergar à noite;
– visão distorcida, com imagens tortas ou fora de proporção;
– ver as cores menos intensas ou desbotadas;
– alteração na pressão intraocular, que pode causar dor ou perda de visão.
Embora não exista uma cura para reverter totalmente a retinopatia diabética, existem tratamentos eficazes para controlar a progressão da doença, reduzir os sintomas e prevenir complicações. “Hoje temos as injeções intravítreas com uma nova geração de fármacos, que podem ser administrados de forma minimamente invasiva no interior do olho, sem a necessidade de internação”, afirma o Dr. Michel Farah.
“A fotocoagulação a laser é outro procedimento oftalmológico que pode ser utilizado para controlar o crescimento de vasos anormais e outras complicações. Temos ainda, para os casos mais avançados de retinopatia diabética, a vitrectomia, um procedimento cirúrgico que consiste na remoção e substituição do vítreo, gel transparente que preenche o espaço entre a lente do olho e retina, principalmente se houver hemorragias, trações ou descolamento de retina associado”, complementa o médico.
A escolha do tratamento depende do estágio da doença e da gravidade dos sintomas, sendo que quanto mais no início a retinopatia diabética é tratada, menor o risco de perda da visão. O diagnóstico é feito por meio de exames oftalmológicos e é importante que pacientes com diabetes do tipo 1 ou 2 façam acompanhamento regular com o oftalmologista. Outros grupos de risco são pessoas com pressão alta, colesterol elevado, que estão obesas ou que fazem uso do tabaco.
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