Com apenas 1% da rede elétrica do país instalada de forma subterrânea, o Brasil ainda engatinha em um modelo que já é realidade em grandes capitais do mundo. Além de reduzir falhas no fornecimento e melhorar o visual urbano, a fiação subterrânea pode elevar em até 30% o valor de um imóvel, segundo especialistas. Em Balneário Camboriú (SC), onde o metro quadrado é o mais caro do país, a prefeitura estuda um convênio com a Celesc para iniciar o rebaixamento da fiação na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade.

Em todo o Brasil, apenas 1% da distribuição de energia elétrica é feita por redes subterrâneas, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Apesar de o modelo ter começado a ser implantado na década de 1940, o avanço tem sido lento. Hoje, o Rio de Janeiro é a cidade com a maior extensão de rede subterrânea do país, com 11% de cobertura, seguido por São Paulo, com 7%. Neste sistema, parte dos fios é concentrada em subestações subterrâneas, o que garante um visual urbano mais limpo, menor risco de interrupções e valorização dos imóveis.
Em Balneário Camboriú (SC), cidade que lidera o ranking nacional do metro quadrado mais caro do Brasil, já está em estudo um convênio entre a prefeitura e a Celesc para implantar fiação subterrânea na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade. Segundo especialistas, a presença de fios aparentes pode impactar diretamente o valor de um imóvel e a percepção de qualidade urbana.
De acordo com Diogo Martins, CEO do Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP) e especialista em mercado imobiliário, o sistema subterrâneo é amplamente adotado em grandes capitais do mundo como Nova York, Londres, Paris e Buenos Aires. “Além de reduzir os riscos de quedas de energia e ter vida útil superior a 30 anos, o modelo contribui para uma paisagem urbana mais agradável e organizada. A ausência de fios visíveis valoriza o entorno e cria um ambiente mais harmônico, com maior sensação de segurança e bem-estar. Acredito que imóveis em ruas com redes subterrâneas podem se valorizar até 30% a mais do que os demais”, afirma.
O especialista ressalta, porém, que o custo de implantação ainda é um obstáculo. “Na prática, seria o ideal, mas economicamente é muito caro e chega até oito vezes mais do que a fiação aérea. O caminho mais inteligente é buscar um equilíbrio, por meio de uma regulamentação que estabeleça prioridades de investimento em áreas estratégicas, como regiões turísticas ou centrais. Esses locais funcionam como vitrines urbanas e têm retorno garantido, tanto em valorização imobiliária quanto em atratividade econômica”, complementa Martins.
Além do convênio, a prefeitura de Balneário Camboriú também estuda novas ações para organizar a fiação existente até que todo o trecho da Avenida Brasil seja rebaixado. O cronograma para o início das obras de implantação da rede subterrânea ainda não foi definido.
Imóveis valorizados e mais corretores em SC
A busca por cidades mais organizadas e visualmente limpas, com projetos de modernização urbana como a implantação de redes subterrâneas, também reflete no aquecimento do mercado imobiliário. Com imóveis cada vez mais valorizados, cresce a demanda por profissionais qualificados para atuar nesse segmento. Segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (CRECI-SC), o estado já conta com 51.006 corretores de imóveis registrados e 7.424 imobiliárias.
“A valorização das cidades e o aumento das exigências do consumidor tornam o corretor de imóveis uma peça essencial na economia. Ele é quem traduz o valor do imóvel em qualidade de vida, investimento e propósito. Quanto mais preparado o profissional, mais ele contribui para o desenvolvimento urbano e para a construção de cidades melhores”, conclui Martins.
Sobre o IBREP
Fundado em 2006, o Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP) é referência nacional na formação de corretores de imóveis. Presente em mais de 40 polos em todo o país, o instituto já capacitou milhares de profissionais para atuar no setor imobiliário, priorizando a qualificação e o desenvolvimento contínuo.
