Imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan será o primeiro 100% nacional e será ofertado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. O imunizante é o primeiro produzido 100% no país e passará a integrar o calendário nacional de vacinação do SUS a partir de 2026, conforme a capacidade de produção do laboratório.
O Ministério da Saúde informou que a vacina será distribuída exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde. Antes da definição da estratégia nacional de aplicação, o tema será analisado por um comitê de especialistas, que irá definir os grupos prioritários para imunização.
Eficácia comprovada
De acordo com estudos clínicos, a vacina apresentou eficácia global de 74,7% contra casos sintomáticos da dengue em pessoas de 12 a 59 anos. Além disso, mostrou 89% de proteção contra formas graves da doença, conforme dados publicados na revista científica The Lancet Infectious Diseases.
A tecnologia utilizada é de vírus vivo atenuado — metodologia já aplicada de forma segura em outras vacinas no Brasil e no mundo. A indicação atual é para pessoas entre 12 e 59 anos, mas o público-alvo pode ser ampliado conforme novos estudos.
Parcerias e investimentos
O desenvolvimento da vacina contou com apoio financeiro do BNDES desde 2017. Parte significativa dos recursos veio do Fundo Tecnológico do banco, que financiou ensaios clínicos e a construção de infraestrutura para produção em larga escala.
O Instituto Butantan recebe mais de R$ 10 bilhões por ano em investimentos do Ministério da Saúde. Desses, R$ 1,2 bilhão foram destinados à ampliação da estrutura produtiva, incluindo a fábrica da vacina contra a dengue.
Além do apoio nacional, o projeto envolveu cooperação internacional com a empresa chinesa WuXi Vaccines, que contribuiu para viabilizar a produção em escala industrial.
Números da dengue no Brasil
Em 2025, o Brasil registrou redução de 75% nos casos de dengue em comparação com 2024. Até outubro, foram contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis.
As mortes pela doença também caíram: foram 1,6 mil óbitos no período, uma queda de 72%. São Paulo concentrou a maior parte dos registros, seguido de Paraná, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.
Mesmo com a redução, o Ministério da Saúde reforça que o combate ao mosquito Aedes aegypti continua sendo essencial, com eliminação de criadouros e ações de prevenção.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
