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Conheça 9 mitos e verdades sobre o autismo

Brasil é o país que mais propaga fake news sobre o tema; informação adequada ajuda a combater mitos

Conheça 9 mitos e verdades sobre o autismo

Embora o autismo esteja cada vez mais presente nas conversas, ainda existem muitos mitos e informações equivocadas que circulam no dia a dia e nas redes sociais. Essas ideias erradas podem reforçar preconceitos, dificultar diagnósticos e até limitar o acesso de pessoas autistas a oportunidades de estudo, trabalho e convivência.

“Grande parte do preconceito contra o autismo nasce da falta de informação. Quando mostramos que cada pessoa no espectro é única e que não existe um padrão fixo de comportamento, ajudamos a derrubar barreiras sociais e a construir espaços mais inclusivos”, afirma a Vice-Presidente Clínica da Genial Care, rede de cuidado de saúde atípica especializada em crianças autistas e suas famílias, Thalita Possmoser.

Segundo o Censo 2022 do IBGE, o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa cerca de 1,2% da população. Entre as crianças, a prevalência é ainda mais significativa: 2,6% das que têm entre 5 e 9 anos já receberam diagnóstico de autismo, o que corresponde a aproximadamente 1,1 milhão de crianças autistas no país.

Um estudo conduzido pelo Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas (DesinfoPop/CEAPG/FGV), em parceria com a Associação Autistas Brasil, revelou que o volume de desinformação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas comunidades digitais da América Latina e do Caribe cresceu mais de 15.000% entre 2019 e 2024. O Brasil aparece como líder no continente em publicações conspiratórias sobre o tema.

A pesquisa analisou mais de 60 milhões de mensagens públicas no Telegram, com participação de cerca de 5 milhões de usuários em 19 países. Foram identificadas 150 falsas causas e 150 falsas curas relacionadas ao autismo. Entre os conteúdos mais alarmantes estão alegações infundadas que atribuem o autismo a fatores como consumo de salgadinhos industrializados, radiação 5G e vacinas, além da promoção de “curas” perigosas.

“Os números da pesquisa são alarmantes e mostram como a desinformação pode se espalhar rapidamente, colocando crianças autistas e suas famílias em risco. É fundamental que profissionais de saúde, educadores e a sociedade compartilhem informações confiáveis e baseadas em evidências para proteger o desenvolvimento e o bem-estar dessas crianças”, enfatiza Thalita Possmoser.

Para ajudar a esclarecer o tema e combater as fake news, reunimos 9 mitos e verdades sobre o autismo explicados de forma simples e direta. O objetivo é ampliar o conhecimento, reduzir estigmas e contribuir para uma sociedade mais empática e inclusiva.

Confira abaixo a lista completa:

1. Todo autista é igual – Mito

O espectro é amplo e cada pessoa apresenta características próprias. Há autistas com alta independência e outros que precisam de maior suporte. Generalizar apaga a singularidade de cada indivíduo.

2. O diagnóstico só pode ser feito na infância – Mito

Apesar de ser mais comum identificar sinais ainda nos primeiros anos de vida, muitos adultos só recebem o diagnóstico mais tarde. Reconhecer isso é importante para que ninguém fique sem acesso a acompanhamento adequado.

3. Autistas não têm empatia – Mito

Essa é uma das ideias equivocadas mais repetidas. Pessoas autistas sentem empatia, mas podem expressá-la de maneiras diferentes daquelas esperadas socialmente.

4. Autismo tem cura – Mito

O autismo não é uma doença. É uma condição neurológica que acompanha a pessoa ao longo da vida. O que existe são estratégias de apoio e inclusão que ajudam no desenvolvimento e na qualidade de vida.

5. Crianças autistas não querem socializar – Mito

Algumas crianças autistas querem, sim, interagir. O que muda é a forma como essa interação acontece. Pode não ser da maneira que estamos acostumados a ver, mas o desejo de conexão está lá.

6. Ambientes sociais são sempre um problema para os autistas – Mito

Alguns lugares podem ser desafiadores por conta de barulho, luz, excesso de estímulos ou mesmo falta de clareza e previsibilidade do que vai acontecer nesse espaço. Mas isso não significa que a pessoa autista não possa frequentar esses ambientes. Com adaptações simples — como oferecer momentos de pausa, reduzir estímulos sensoriais e criar rotinas mais previsíveis — é possível tornar muitos ambientes mais acessíveis.

7. A terapia precisa ‘corrigir’ as habilidades sociais – Mito

O papel dos profissionais não é forçar a pessoa a agir de forma neurotípica, mas sim oferecer ferramentas para que ela se comunique, se expresse e se relacione com mais conforto e segurança. O foco deve estar no bem-estar, na segurança emocional e na construção de autonomia.

8. Autistas podem ter uma vida plena – Verdade

Com diagnóstico precoce, suporte adequado e ambientes inclusivos, pessoas autistas podem estudar, trabalhar, construir relacionamentos e realizar seus projetos de vida plenamente.

9. A informação ajuda a combater o preconceito – Verdade

Quanto mais conhecimento circula sobre o espectro, menor é o espaço para estigmas e discriminação. Informação de qualidade é um passo fundamental para garantir inclusão e respeito.

Esclarecer mitos sobre o autismo não é apenas uma questão de conhecimento: é também uma forma de responsabilidade social. Quando entendemos melhor as características do TEA, podemos oferecer apoio e construir um ambiente mais acolhedor.

“O diagnóstico não deve ser visto como um limite, mas como uma oportunidade de oferecer suporte adequado. Crianças autistas têm potencial enorme, e cabe a nós criar condições para que elas se desenvolvam com dignidade e respeito”, conclui Thalita Possmoser.

Compartilhe essas informações, converse sobre o tema com pessoas próximas e ajude a espalhar conhecimento confiável. A mudança começa com a informação.

Genial Care

Genial Care é uma rede de cuidado de saúde atípica especializada em crianças autistas e suas famílias. A instituição oferece atendimento multidisciplinar, com foco no desenvolvimento infantil, no acolhimento às famílias e na construção de uma rede de apoio que garanta que cada criança alcance seu máximo potencial. Saiba mais:
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