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Meu filho quer ser músico! Socorro!

Vinícius Lima
Vinícius Lima

E ai? Primeiramente gostaria de lembrar que as profissões citadas abaixo não têm nada de pessoal ou algo parecido, são profissões de extrema importância e que todos nós temos que respeitar. Assim como a música, mas porque será que sempre deixamos para segundo plano, uma profissão tão importante como ela?

Por exemplo: Hei filho você prefere inglês, natação, futebol ou música? Vamos organizar uma festa, precisamos cuidar das cadeiras, bebidas, divulgação e… ah sim a banda. Qual vai ser? Ah coloque qualquer uma, de preferência a mais barata.

Minha tentativa é de amenizar uma questão que é séria e certamente preocupa muitos pais pelo mundo afora. Mas como sempre procuro enxergar o lado otimista da situação, decidi escrever de uma maneira descontraída. Talvez ajude famílias incomodadas que não sabem se devem ou não incentivar seus filhos.

Estava respondendo um e-mail para um pai preocupado, que naturalmente se questionava sobre a carreira do filho. Dizia que ele só pensava em batucar, se dedicava muito aos ritmos brasileiros e parecia não se interessar por mais nada. Seria este um bom futuro para seu filho?

Fico imaginando se os médicos, advogados, empresários, dentistas e engenheiros também são questionados por pais indecisos:

Meu filho fica pra cima e pra baixo com aquele estetoscópio. Fica lendo as bulas dos remédios o dia inteiro e brinca de médico com a prima até de madrugada. Não sei o que fazer, por favor, ajude.”

O Júnior parece um homem de negócios. Se veste com terno, fica falando sobre globalização, se interessa por fluxo de capital, bolsa de valores e é um líder nato na sua turma do ginásio. Tudo indica que ele será executivo de uma empresa, não sei mais a quem recorrer.

É como se os pais acreditassem que música não é profissão. O que faria da música uma profissão diferente das outras? Apesar da pouca idade, já trabalhei em inúmeros empregos e cheguei à conclusão que é sempre a mesma coisa; em todas as profissões, existem profissionais medíocres e profissionais excelentes. Alguns mal pagam suas contas, outros acumularam riquezas merecidas. Muitos vieram das mesmas escolas e seguiram caminhos completamente diferentes. Uns têm tempo para a família e o lazer, outros mal conseguem dormir. Outros recomeçaram a vida profissional depois de 40 anos de idade.

Na música é a mesma coisa. Como podemos ter certeza que alguém será bem sucedido? Pela escola que frequentou? Pelas companhias? Família? Diploma?

Um médico pode fazer consultas, cirurgias, pesquisas, dar aulas, assistência social, cuidar dos funcionários de uma empresa etc., etc. Um músico também tem centenas de opções. Tocar, cantar, escrever, gravar, mixar, reger, lesionar etc…

Para muitas famílias, a questão financeira costuma vir em primeiro lugar. Muito sensato, mas as finanças deveriam ser consequência de realização e não o preço da autodestruição. Se um jovem consegue sobreviver com o suporte da família até os 17 anos, então é provável que ele também consiga sobreviver até os 22. Estes cinco anos podem fazer TODA a diferença na sua carreira: tempo de descobrir seu talento, ou sua obsessão.

Penso que não existe profissão fácil, acho que o mais importante é a dedicação e o compromisso que temos que ter com a profissão que escolhermos, para ser um bom músico é necessário estudar, dedicar e pesquisar assim como para ser um bom médico, engenheiro, pedreiro, motorista etc… É isso ai muita música e paz para todos.

[author] [author_image timthumb=’on’]http://www.guairanews.com/wp-content/uploads/2012/04/vinicius.jpg[/author_image] [author_info]Vinícius Lima é educador musical no Projeto Guri e nas escolas Santa Luz e SOGUBE (Guaíra) e no F.A.M.A (Catanduva), além de atuar como professor particular de bateria. Baterista da banda Etnia e freelancer em diversas bandas, grupos e duplas da região. Recebe o apoio da Click Music.[/author_info] [/author]