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Copa do Mundo 2022: A improvável história do Marrocos no Catar

Seleção de Marrocos – Foto: reprodução/Fifa

O Marrocos esteve a pouquíssimos passos de uma sensacional vaga na última partida da Copa do Mundo 2022, com o técnico Walid Regragui abraçando a “loucura” antes da semifinal contra a atual campeã França.

Suas conquistas no Catar, tão exaltadas por apostadores esportivos na wetten.com, acabaram fazendo com que o mesmo se tornasse a primeira equipe da África a chegar a esta fase, surpreendendo muita gente, especialmente após o técnico que liderou o Atlas Lions na competição foi, em agosto, demitido.

Indiscutivelmente um dos fracassos mais grandes do futebol do norte da África, com seu único título continental conquistado em 1976, a vitória do Marrocos no Grupo F sobre a Bélgica por 2 a 0 no seu segundo jogo foi a sua primeiríssima vitória em uma copa desde o ano de 1998.

Uma crucial virada para o time aconteceu três meses apenas antes da final, no momento em que Vahid Halilhodzic recebeu a notícia de sua demissão da incumbência de técnico, tendo o cargo passado pela substituição de Regragui.

Essa modificação contribuiu com a necessidade de aliviar as tensões na equipe, com Hakim Ziyechm atacante do Chelsea, deixando a sua aposentadoria da seleção, ao mesmo tempo em que a melhora em campo foi notável também.

O Marrocos foi veementemente apoiado na primeira Copa do Mundo realizada no mundo árabe, com várias companhias aéreas aumentando seus voos entre Casablanca (capital marroquina) e Doha.

A mobilização em território marroquino também foi admirável, com centenas de torcedores indo para as ruas comemorar a cada vitória da seleção nacional.

Os jornalistas locais de Marrocos transmitiram todos com muita empolgação cada segundo dos jogos da seleção, com entusiasmo e um olhar sempre novo e esperançoso sobre cada lance.

Os atletas tornaram-se grandes heróis entre uma e outra comemoração alegre do povo das vitórias marroquinas na Copa do Mundo 2022. No entanto, isso não fez com que nenhum deles fosse tomado pela arrogância. 

Todas as vezes que entravam em campo, eles faziam as suas orações e agiam como se estivessem jogando pela primeira vez. Sem certezas ou expectativas que diminuíssem as qualidades dos seus adversários.

Mostrando a todo o mundo as suas crenças islâmicas, curvando-se para sujud (prostração) na frente de seus torcedores após sua passagem pelas eliminatórias, foi algo admirável do ponto de vista cultural e da necessidade de todos conhecerem novas culturas.

Afinal, apenas conhecendo novas culturas e entendendo que todos têm a liberdade de se expressar de acordo com as suas crenças pessoais, é que o respeito começa a existir em relação aos não iguais.

O Marrocos não chegou à final, mas pode ser ficar em primeiro lugar em outro quesito

Graças ao bom desempenho da seleção marroquina, o técnico Walid Regragui, que se tornou no primeiro executivo técnico africano e árabe a conduzir a sua seleção às meias-finais do Mundial de Futebol, é candidato ao prémio de melhor técnico nacional do mundo.

O prêmio é concedido pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) e Regragui aparece na lista de candidatos divulgada pela IFFHS em seu site. 

A lista inclui, entre outros, o técnico da seleção argentina Lionel Scaloni, vencedor da Copa do Mundo 2022, o francês Didier Deschamps, finalista no Catar e vencedor do troféu em 2018, e Zlatko Dalić, que conquistou o terceiro lugar no última Copa do Mundo com a Croácia.

Segundo a IFFHS, o candidato que sucederá ao técnico da Itália, Roberto Mancini, será conhecido no início de janeiro de 2023.

Regragui, que assumiu as rédeas da seleção marroquina substituindo Vahid Halilhodzic, a apenas três meses do mundial de futebol, conseguiu construir uma equipa competitiva que conduziu à 2ª eliminatória do Mundial do Qatar como líder do grupo F, numa competição com times fortes como Croácia, Bélgica e Canadá. 

A seleção depois eliminou a Espanha e depois Portugal para ficar entre os quatro últimos. 

Conclusão

A Copa do Mundo do Catar foi excepcional graças à seleção marroquina que despertou tanto entusiasmo. 

Na verdade, nenhum torneio de futebol viu um desempenho tão grande de um país africano que depende de seu técnico nacional para manter as equipes bem classificadas em um teste difícil de chegar às quartas de final.

Nenhum time de fora da Europa ou da América Latina jamais chegou à final da copa do mundo, muito menos para ganhar a copa, mas no Catar as pessoas começaram a pensar que provavelmente é hora de acreditar na África!

Foi, de fato, uma história improvável – mas que sempre será lembrada por todos devido à garra e determinação da equipe marroquina.