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Quais são os riscos da perda de peso acelerada para o verão e Carnaval?

O “efeito sanfona” pode contribuir com o surgimento de doenças e a compulsão alimentar. A manutenção da perda do peso requer a construção de um planejamento específico para cada pessoa

App e balança de bioimpedância da Liti

por Eduardo Rauen

A busca pela boa forma registra um pico nos primeiros meses do ano. O início do verão e a proximidade do Carnaval são períodos em que cresce a procura por academias de ginástica e consultas com nutrólogos, endocrinologistas e nutricionistas. A perda de peso deve ter um planejamento específico para cada paciente, pois o emagrecimento rápido, sem o acompanhamento ou a orientação de um profissional de saúde, desencadeia o chamado “efeito sanfona”, entre outros malefícios.

Uma pessoa com sobrepeso ou obesidade que emagrece, após fazer uma “dieta milagrosa”, mas recupera o peso em seguida pode comprometer sua saúde. Essa oscilação na balança aumenta o risco cardiovascular, ou seja, de infarto ou de AVC e até mesmo do desenvolvimento de diabetes, porque eleva a resistência à insulina, que ocorre quando as células do corpo não respondem à ação desse hormônio e dificultam a absorção da glicose.

Essas “dietas milagrosas”, como da lua, do sol, da proteína, entre outras, não apresentam o equilíbrio nutricional adequado para a manutenção do peso a médio e longo prazos. Evitar carboidratos, mas exagerar no consumo de bacon, de calabresa e de linguiça pode contribuir para elevar o risco do surgimento de câncer no intestino.

Sem um planejamento específico, os regimes restritivos, normalmente, têm curta duração e eficácia e são gatilhos para a pessoa voltar a comer do mesmo jeito ou até mais, além de desencadear, em alguns casos, a compulsão alimentar. As dietas milagrosas sempre serão as piores escolhas para uma pessoa que quer emagrecer e se manter saudável durante o ano todo.

O primeiro passo da jornada para a perda de peso com saúde é entender o indivíduo, verificar o que é mais adequado e o momento que ele vive, porque tem paciente que faz bastante atividade física, pode ser um idoso ou uma mulher em fase de amamentação. Dessa forma, é possível distribuir a alimentação com mais qualidade, fazer trocas, calcular a quantidade ideal de proteína e de carboidrato, substituir o arroz branco por arroz integral, por exemplo, e conferir a quantidade para cada pessoa, conforme a sua fase de vida.

Mas em algumas situações, meus pacientes pedem um caminho mais rápido e seguro para a perda de peso com foco em saúde e bem-estar. Nesses casos, recomendo não consumir bebida alcoólica, fazer uma restrição alimentar (ou seja, comer menos do que se come habitualmente) e caso seja possível aumentar mais a atividade física para perder peso com qualidade.

Na healthtech Liti, que foca em resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil, o acompanhamento bem próximo da equipe multidisciplinar (médicos, nutricionistas, cientistas comportamentais e educadores físicos) é um dos sucessos do tratamento. Além do apoio desse time, o paciente faz pesagens regulares, está com os exames em dia e tem o acompanhamento psíquico. Esse trabalho holístico colabora com o emagrecimento e a manutenção dessa perda com qualidade e manutenção da saúde.

Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.