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Insônia, exaustão e solidão? Entenda o que é o burnout digital e como evitá-lo

O avanço da tecnologia trouxe muitos benefícios para a sociedade, mas também gerou um fenômeno

preocupante: o esgotamento digital, também conhecido como burnout digital. O excesso de exposição a dispositivos eletrônicos tem levado muitos profissionais a se sentirem exaustos e sobrecarregados, o que pode prejudicar sua saúde física e mental.

Segundo um relatório publicado em janeiro pela agência We Are Social em parceria com a empresa de monitoramento de mídia online Meltwater, o brasileiro passa em média mais de nove horas e meia por dia conectado à internet, o que nos coloca em segundo lugar no ranking global, perdendo apenas para a África do Sul. Além disso, muitos de nós checamos o celular logo ao acordar e antes de dormir, o que pode indicar uma dificuldade em se desconectar.

A psicóloga, especialista em neurociência e CEO da Eleve Consulting, Shana Wajntraub, comenta que os efeitos desta exposição prolongada podem impactar na saúde e no bem-estar. Dificuldades de concentração e de automotivação, irritabilidade, insônia e percepção de aumento da sobrecarga mental são só alguns dos sintomas associados ao tempo excessivo de tela.

No burnout digital, os sintomas são semelhantes ao burnout “clássico”, relacionado ao fenômeno ocupacional: exaustão emocional, despersonalização — um distanciamento afetivo das pessoas à volta — e baixa realização profissional. Além disso, quanto mais tempo de tela, mais prejudicado fica o sono, maior é a tendência ao sedentarismo e maior é a produção de cortisol, o hormônio do estresse.

Um estudo para a VOCÊ RH mostrou que 63% dos 101 entrevistados relacionam o excesso de exposição a dispositivos eletrônicos a sentimentos de estresse e ansiedade. E 77% afirmaram que a maior quantidade de tempo em frente à tela acontece no trabalho. Outro levantamento, da Microsoft, revelou que o número de reuniões semanais online aumentou 148% entre 2020 e 2021.

10 Sinais De Alerta

1. Os efeitos do excesso de exposição a telas na saúde e no bem-estar

2. Diminuição da concentração, do foco e da motivação

3. Cansaço visual causado por superestimulação da retina

4. Redução dos níveis de intimidade entre casais

5. Alterações de visão e dores de cabeça

6. Isolamento e sensação de solidão

7. Privação de contato físico

8. Diminuição da criatividade

9. Aumento do estresse causado pelo hiperfoco em conteúdo estressante, como notícias sobre conflitos políticos e problemas sociais.

10. Prejuízos na saúde mental e aumento da percepção de sobrecarga e pressão de tempo, gerando ceticismo e senso de ineficiência.

Shana Wajntraub destaca que o esgotamento digital é um fenômeno que tem impactado muitos profissionais em todo o mundo, e é preciso tomar medidas para preveni-lo. Estabelecer limites saudáveis para o uso de tecnologia, como desconectar-se regularmente, definir horários específicos para o uso de dispositivos eletrônicos e limitar o tempo gasto em mídias sociais são algumas das medidas que podem ser tomadas para evitar o burnout digital.

“Além disso, reservar tempo para atividades fora do mundo digital, como hobbies, exercícios e interações sociais no mundo real é fundamental para manter um equilíbrio saudável. Com essas medidas, é possível desfrutar dos benefícios da tecnologia sem prejudicar a saúde e bem-estar.” Finaliza Shana Wajntraub.

Shana Wajntraub

Shana Wajntraub, é psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Professora da HSM, palestrante da HSM expo em 2021. Também palestrou no CBTD em 2020 e 2021 e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, Vivo, Amil, Magazine Luiza, Camil.