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Estudante de São Paulo cria aplicativo que ensina Matemática a pessoas com transtornos cognitivos

Entre 500 projetos selecionados por uma instituição americana, oito brasileiros figuram entre os finalistas, sendo um deles o aplicativo produzido pelo aluno do Colégio Marista Glória 

Gabriel Martini Dutra Soares Santos, o criador do aplicativo

O aluno do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP), Gabriel Martini Dutra Soares Santos, criou um aplicativo chamado EducaWorld para que pessoas que tenham discalculia, dislexia, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), autismo, ou outros transtornos cognitivos possam aprender Matemática de forma mais simples e interativa.

O aplicativo apresenta uma interface interativa, criada especialmente para proporcionar um ensino didático e dinâmico, com resumos escritos pelo próprio Gabriel, videoaulas e uma série de exercícios envolvendo os temas ligados à disciplina.  No protótipo criado, foram abordados conteúdos como: números naturais, decimais, operações básicas, frações e potências. O estudante inventor também criou um mascote para o projeto (batizado como Mathew, o cérebro matemático) e um logotipo.

Segundo o estudante Gabriel Martini Dutra Soares Santos, pessoas com esses transtornos podem ser julgadas como incapazes, muitas vezes participando de um processo educacional que não seja adequado para o aprendizado diferenciado que elas necessitam. “Como um amante da Matemática e um aluno com TDAH, decidi unir as duas coisas em minha criação, o aplicativo EducaWorld. Ele foi criado por meio de um intenso processo de pesquisa e entrevista com psicopedagoga. A isso, acrescento a minha experiência pessoal, obtida durante os anos em que fiz tratamento no CAPS [Centros de Atenção Psicossocial], em São Miguel Paulista”, revela.

O projeto do aluno do Colégio Marista Glória foi submetido à Rise, uma instituição americana criada pelo CEO da Google e sua esposa, Eric e Wendy Schmidt, que busca jovens promissores e oferecem a eles uma oportunidade única de se tornarem membros da organização, os chamados Global Winners. Entre 500 projetos selecionados, somente oito brasileiros figuram entre os finalistas, sendo um deles, o aplicativo produzido por Gabriel Martini.

Para se tornar um Global Winner, o estudante deve criar um projeto que ajude sua comunidade, sua cidade ou até mesmo um determinado grupo da sociedade. A Rise aceita submissões de todos os países do mundo, tendo milhares de candidatos a cada ano. Somente 500 são aprovados para a segunda fase, a qual consiste em uma série de entrevistas e uma extensa análise da vida do candidato. A professora Ariane Aparecida Moreira tem sido a responsável por orientar Gabriel tanto na elaboração dos textos, nos conteúdos sobre as deficiências, transtornos e síndromes, quanto nas entrevistas em inglês, solicitadas pela Rise.

Como Global Winner, o estudante tem um acesso vitalício à uma série de benefícios, tais como bolsa de estudos em faculdades no exterior, pacotes de tecnologia, mentorias de carreira, acompanhamento da vida, patrocínio de projetos criados, acesso a uma rede direta de contato entre os Global Winners, fundo monetário para desenvolvimento de projetos, entre outros.