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Especialista alerta para cuidados envolvendo a produção de dopamina ligada aos aparelhos tecnológicos

A dopamina é um neurotransmissor essencial para o ser humano mas é preciso ter equilíbrio para que não haja exagero ou falta na produção desse neurotransmissor

A dopamina é um neurotransmissor que possui um papel essencial para o sistema nervoso central dos seres humanos, promovendo sensações de prazer, motivação e recompensa. Ela está ligada a diversas funções essenciais do nosso organismo, como a regulação de humor, controle dos movimentos, regulação do comportamento, funções endócrinas, de cognição e de aprendizado e pode ser liberada após a realização de atividades, da alimentação, relações sociais e outras práticas. Mas nos dias atuais também pode estar muito ligada ao uso da tecnologia, o que pode trazer alguns riscos para a nossa saúde, conforme explica o neurologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Carlos Bosco.

“A relação entre tecnologia e a liberação de dopamina é uma área de crescente preocupação e estudo. A tecnologia moderna, especialmente dispositivos como smartphones, redes sociais, jogos e aplicativos, foi projetada para ser altamente envolvente e recompensadora, muitas vezes ativando os sistemas de recompensa do cérebro e liberando dopamina de maneira similar a outras atividades prazerosas”, afirma ele, ressaltando que isso pode levar a um padrão de comportamento que se assemelha ao vício, com pessoas buscando repetidamente essas recompensas tecnológicas.

O médico explica que esse fenômeno pode afetar pessoas de todas as idades, mas que crianças e adolescentes podem estar essencialmente vulneráveis aos efeitos da tecnologia viciante, já que os cérebros estão em desenvolvimento e mais suscetíveis a reforços de recompensa. “O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode interferir no desenvolvimento social, emocional e cognitivo, além de prejudicar a qualidade do sono e a interação face a face”, detalha.

Já entre os adultos, o efeito da tecnologia pode prejudicar a produtividade no trabalho e nos estudos, a qualidade dos relacionamentos interpessoais e o bem-estar mental, levando ao isolamento social, desconexão do ambiente real e podendo até mesmo ocasionar problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse. “A comparação constante com outras pessoas nas redes sociais, por exemplo, pode levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima”, reforça. Mas os riscos também podem ir além e afetar diretamente o cérebro. “O uso repetido de tecnologia pode levar a alterações na estrutura e na função cerebral, afetando a plasticidade cerebral e a capacidade de autocontrole”, destaca.

Segundo o especialista é importante que as pessoas estejam cientes dos impactos potenciais do uso excessivo de tecnologia e busquem manter um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o mundo real. “Estratégias como definir limites de tempo de tela, praticar o autocuidado, se engajar em atividades offline e priorizar interações interpessoais podem ajudar a mitigar os efeitos negativos da dependência tecnológica”, reforça ele.

O médico explica que é importante estimular a produção de dopamina pelo cérebro sensações de prazer, motivação e recompensa. “Lembre-se de que o equilíbrio é fundamental. O objetivo é buscar essas atividades de maneira saudável e equilibrada, visando um bem-estar geral e uma regulação adequada dos níveis de dopamina e outros neurotransmissores”, ressalta.

Entre algumas dessas atividades que promovem a produção de dopamina estão a prática de exercícios físicos regulares, a realização de uma alimentação saudável, a realização de metas pessoais pequenas ou grandes, a participação em atividades criativas, como pintura, música, escrita ou artesanato, a socialização com amigos e familiares, a realização de atividades relacionadas ao aprendizado e desafios mentais, práticas de mindfulness e meditação, o experimento de novas experiências e sensações e a práticas de atividades recreativas e de lazer.

O médico lembra que desequilíbrios na produção, liberação ou recepção de dopamina estão associados a uma variedade de condições neurológicas e psiquiátricas, como a doença de Parkinson, a esquizofrenia, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtornos do humor, como a depressão e transtorno bipolar, além de outros malefícios como o comportamento compulsivo e vício e ansiedade. “Tanto o excesso quanto a falta de dopamina no organismo podem ter impactos significativos no funcionamento do sistema nervoso e em várias funções cognitivas, emocionais e motoras. Mas todos os distúrbios têm causas multifatoriais e a relação entre dopamina e essas condições não é totalmente compreendida. O tratamento de desequilíbrios na dopamina geralmente envolve abordagens multidisciplinares, que podem incluir terapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida”, finaliza.

Sobre o Hospital Edmundo Vasconcelos

Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.000 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 – Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o primeiro lugar no Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar na categoria Saúde – Hospitais, conquistado por três anos consecutivos, 2017, 2018 e 2019.

Site: www.hpev.com.br